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Pedro Nuno Santos. Portugal "não é uma faixa estreita entre Braga e Setúbal"

05 nov, 2021 - 20:54 • Lusa

"O país é um todo e todo o povo português deve ser respeitado e deve-se sentir como povo de primeira", declarou o ministro das Infraestruturas esta sexta-feira em Vinhais.

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O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, foi esta sexta-feira à feira da castanha de Vinhais, em Trás-os-Montes, para mostrar que “o país não é uma faixa estreita entre Braga e Setúbal”.

O governante recusou-se a responder a perguntas dos jornalistas sobre política nacional, nomeadamente as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, avisando que estava na vila transmontana “só para falar da feira das castanhas, de Vinhais”.

Questionado sobre a presença neste certame de um setor que não é da tutela, o ministro respondeu: “um problema neste país é nós acharmos que Portugal é apenas uma faixa entre Braga e Setúbal e deixarmos o país sempre para depois”.

“Eu faço questão de estar aqui porque o país é um todo e todo o povo português deve ser respeitado e deve-se sentir como povo de primeira, e é por isso que eu quero estar aqui, em Vinhais, para mostrar que o país é um todo e não é só uma faixa estreita de Braga a Setúbal”, afirmou.

O ministro chegou a Vinhais através da sinuosa estrada que tutela e que liga a Bragança e para a qual, a nível local, se reivindica há décadas a requalificação para tornar menos penosos os cerca de 30 quilómetros que ligam à capital de distrito e aos principais serviços públicos.

Pedro Nunos Santos garantiu que a nova estrada “vai ser feita”, que está em estudo de impacto ambiental, a que se seguirá o projeto de execução e finalmente a obra.

“A estrada de Vinhais/Bragança está no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e vamos fazê-la, aliás, se nós não a fizermos até final de 2025, 2026, nós perdemos dinheiro, temos mesmo que a fazer”, assegurou.

Além desta, estão também planeadas para execução nesta região as rodoviárias transfronteiriças entre Macedo de Cavaleiros/Vinhais/ Gudinã (Espanha) e de Bragança a Puebla de Sanábria.

As dificuldades que as gentes destes territórios enfrentam também nas telecomunicações são, para o ministro, “outra área que mostra que uma parte considerável do território foi deixada para depois”.

“E chega a uma altura em que nós todos temos que dizer, de facto, basta e investir no nosso território de forma igual”, declarou.

O governante lembrou que o leilão para a 5G (quinta geração) “vai impor obrigações de cobertura” de “uma grande parte do território”.

Para melhorar a telecomunicações, o ministro indicou ainda que o Governo vai lançar, até ao final do ano, um concurso para garantir a cobertura integral do território com fibra ótica.

“Se nós quisermos contrariar o despovoamento temos de dar condições, não só para as pessoas, mas para as empresas se poderem fixar aqui”, acrescentou.

O ministro considerou “justa” a reivindicação do presidente da Câmara de Vinhais, o socialista Luís Fernandes, e de outros autarcas, de a nova rede 5G começar pelo interior do país, mas, quanto a garantias, disse que não tem conhecimento “para dar uma resposta séria”.

“Essa é uma questão que, se for possível, farei tudo para que assim seja”, disse.

O ministro presidiu à cerimónia de abertura da feira da castanha RuralCastanea, em Vinhais, um dos concelhos que mais contribui para a produção nacional de fruto seco, com cerca de dois mil produtores e uma faturação anual entre 12 a 15 milhões de euros.

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