Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Respostas Sociais à Pandemia

​Banco Alimentar em pandemia. Milhares de pedidos de ajuda e a maior campanha de solidariedade já feita

16 set, 2021 - 16:05 • Cristina Nascimento , André Peralta (sonorização)

Entre os novos pedidos de ajuda estão muitas famílias mais novas, com crianças a cargo, que ficaram sem trabalho.

A+ / A-

O Banco Alimentar contra a Fome dispensa apresentações. São 21 em todo o país e de quando em vez lá estão os voluntários à porta dos supermercados para recolher alimentos que depois são entregues a instituições que os fazem chegar a quem precisa.

Mas com a pandemia, a situação obrigou a outras medidas, entre as quais, a criação da Rede de Emergência Alimentar. Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Banco Alimentares, explica que se trata de “uma plataforma online que permite, por um lado, as pessoas que precisam de ajuda pedirem apoio, através da internet, com todo o anonimato e confidencialidade, mas permitia nós controlarmos a resposta, encaminhando para a instituição mais perto da residência da família”.

A plataforma informática trouxe também novos voluntários, acrescenta Isabel Jonet, que contabiliza “mais de 1.100 pessoas que foram encaminhadas para muitas instituições através desta mobilização de voluntários”.

E bem são precisos novos voluntários, porque os pedidos de ajuda dispararam, tendo chegado a uma altura que se registaram 350 novos pedidos de ajuda por dia. Tudo somado, foram milhares, descreve Isabel Jonet.

“Através da Rede de Emergência Alimentar foram satisfeitos e encaminhados para instituições mais de 89 mil pessoas que habitualmente não pediam apoio. A estas vieram juntar-se as 380 mil famílias que já recebiam o apoio regular dos bancos alimentares”, detalha.

Os novos pedidos de ajuda foram feitos sobretudo por “famílias na sua maioria com crianças, famílias mais novas que ficaram impedidas de trabalhar, em lay off ou que o local onde trabalhavam encerrou”. Entre os profissionais atingidos contam-se “pessoas que trabalhavam em ginásios, esteticistas, higienistas, pessoas ligadas à cultura”, enumera esta responsável.

Outro problema que a pandemia trouxe é que não foi possível fazer as habituais campanhas de recolha nos super e hipermercados. A solução encontrada para contornar o problema passou por lançar uma campanha de angariação de fundos para depois comprar alimentos. Trata-se da campanha #Todos Juntos, que uniu 10 instituições bancárias e que, segundo Isabel Jonet, “foi a maior campanha de solidariedade que alguma vez se fez em Portugal”, tendo permitido “reunir mais de dois milhões e meio de euros para comprar comida e medicamentos urgentes”.

Olhando para o que fica desta pandemia, Isabel Jonet volta a enaltecer a generosidade da sociedade e manifesta o desejo que o envolvimento dos mais jovens tenha vindo para ficar, pois muitos, diz, mergulhados em ecrãs, nem percebem que há quem precise de ajuda.


Respostas Sociais à Pandemia é uma rubrica da Renascença com apoio da Câmara Municipal de Gaia que surge no seguimento da Conferência "Pandemia: Respostas à Crise" onde se debateu em maio de 2021 o papel das Instituições Sociais e do Poder Local.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+