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Aumento de vagas é "dado positivo" para ministro do Ensino Superior

31 jul, 2021 - 11:36 • Hugo Monteiro com redação

Manuel Heitor diz que este é mais um passo no sentido da meta de ter seis em cada dez jovens de 20 anos no Ensino Superior até 2030.

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O aumento do número de vagas nas universidades e politécnico é um sinal positivo para o ministro do Ensino Superior.

Em entrevista à Renascença, Manuel Heitor diz que este é mais um contributo no sentido de o país conseguir ter seis em cada dez jovens de 20 anos no Ensino Superior até 2030.

"A entrada no Ensino Superior é sempre um dado positivo. Se hoje temos mais de metade dos jovens de 20 anos a participar no Ensino Superior, e isso nos deve orgulhar, temos de continuar a crescer. Por isso, este é um processo sistemático que tem vindo a ser feito gradualmente, todos os anos", diz Manuel Heitor.

Para o ministro, este aumento de vagas está "certamente associado ao aumento do esforço público para os apoios sociais, com o objetivo de virmos a ter até ao final desta década seis em cada dez jovens de 20 anos a participar no Ensino Superior e por isso aprender mais, ensinar mais e melhor".

Este ano há mais 2% de lugares, em relação ao ano passado. Estão disponíveis perto de 53 mil vagas.

No topo deste aumento voltam a surgir Lisboa e Porto que, após dois anos com cortes por determinação do Governo para corrigir desequilíbrios territoriais, puderam disponibilizar novamente mais lugares no ano passado.

Em termos absolutos, é na Universidade do Porto e na Universidade Nova de Lisboa que se registou o maior crescimento, como já tinha acontecido, aliás, no ano anterior.

Quase 500 vagas são em novos cursos nas áreas das engenharias e competências digitais - para o ministro, esta é uma reposta à procura que há por estas competências no tecido empresarial.

"Tem vindo a crescer muito a oferta, mas também cada vez mais a procura, quer de recursos humanos qualificados nas áreas digitais e, cada vez mais, em competências ecológicas ou para a transição ambiental. E esses, hoje, são fatores decisivos para a modernidade e para o desenvolvimento social e económico", diz o ministro, em entrevista à Renascença.

O ministro admite que a oferta do ensino superior nas áreas digitais tem crescido muito, mas lembra que, nestas áreas, o país tem de ir para além da formação dos mais jovens. "O país um desafio colectivo, de estamos sempre a requalificar, a reconverter competências". "Por isso, aprender ao longo da vida é cada vez mais o desafio das sociedades digitais".

Manuel Heitor sublinha que a crescente "capacidade instalada" no Ensino Superior traz também "uma confiança cada vez maior dos empregadores naquilo que é qualificação superior em Portugal".

Questionado sobre o facto de não terem aumentado as vagas nos cursos de medicina, numa altura em que o país precisa de médicos, o ministro diz que "a definição de vagas é um processo que decorre de um diálogo grande mas que respeita sempre a autonomia das instituições de Ensino Superior".
Manuel Heitor lembra que "área de saúde não é exclusiva da medicina. Há muitas outras áreas das tecnologias de saúde, enfermagem. Esse leque alargado de competências e formações hoje concorre para o sistema de saúde e apoia de uma forma decisiva o sistema de saúde".
O ministro considera que "a capacidade de formação médica recorre também de uma necessidade intrínseca de reforço da investigação na área biomédica", lembrando que "neste momento há a instalação de um novo centro académico clínico na Universidade de Aveiro" e "esforços crescentes em Évora e na UTAD".
O aumento das vagas acontece principalmente no litoral - Porto, Aveiro e Lisboa. O ministro do Ensino Superior admite que "a nossa capacidade instalada, em termos absolutos, é muito superior no litoral do país".
No entanto, sublinha que o aumento de vagas no interior é de 1,4%. "Os aumentos relativos têm sido consideravelmente superiores no interior do país", afirma o ministro.

Para isso, o Governo tem feito um esforço por atrair estudantes estrangeiros para estas zonas, "quer do Brasil, quer de África mas de uma forma crescente também da Europa".

"Hoje temos casos de grande sucesso no interior do país, com populações estudantis particularmente heterogéneas, cosmopolitas e que têm sido alvo de uma crescente capacitação e coesão territorial. Bragança é um caso mas também em Castelo Branco, Covilhã e Vila Real", realça o ministro.
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  • Ivo Pestana
    31 jul, 2021 Madeira 12:41
    Só se for pelas propinas. Continuo a achar que os cursos técnico e profissional são melhores. Existem cursos superiores, porque sim. Temos um madeirense soldador no Reino Unido a ganhar como um engenheiro, porque é bom trabalhador e tirou o curso numa escola profissional. A juventude que não vá nas cantigas dos políticos. Desemprego de licenciados é como formigas. Pensem bem na vossa vida.

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