19 jul, 2021 - 20:24 • Lusa
O ator Bruno Candé é homenageado, no domingo, dia em que se assinala um ano sobre o seu assassinato, com um concerto que é também para “todas as vítimas de discriminação, opressão e injustiça”, anunciou esta segunda-feira a organização.
Dino D’Santiago, Tristany, Sam The Kid, Jacqueline Monteiro, G Fema, e o grupo de Batukadeiras Bandeirinha da Boba, acompanhadas do trompetista Ricardo Pinto, compõem o cartaz do “Concerto 25 de Julho”, uma iniciativa do projeto #MAKAlisboa em coorganização com o Festival Iminente, que será transmitida ‘online’.
Bruno Candé foi assassinado em 25 de julho do ano passado em Moscavide e o homem que o baleou foi condenado, no final de junho deste ano, a 22 anos e nove meses de prisão efetiva. O arguido, de 76 anos, estava acusado do crime de homicídio qualificado, agravado por ódio racial, e posse de arma ilegal.
O ‘palco’ do concerto terá como cenografia a instalação #MAKAlisboa, composta por desenhos e pinturas, que, recorda a organização, foi ganhando forma em três momentos diferentes: no Festival Iminente em setembro do ano passado, no Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia (MAAT) em outubro, e em março deste ano no concerto de Dino D’Santiago no 31.º aniversário do jornal Público.
“Numa coreografia entre Arte e Palavra, o palco inclui retratos de algumas das vítimas de racismo como Alcindo Monteiro, Bruno Candé, Luís Giovani Rodrigues ou Cláudia Simões, e tem como mote apoiar uma conversa crítica em torno do pós-colonialismo em Portugal e da necessidade de abordar novas narrativas que celebrem a igualdade, a inclusão e a diversidade, em consequência do debate e da luta contra o racismo em representação de todos que ainda são vítimas de discriminação”, refere a organização.
No contexto do projeto #MAKAlisboa, foram criadas cem t-shirts, numeradas, com um retrato de Bruno Candé da autoria do artista Francisco Vidal, que estarão à venda no ‘site’ da Galeria Underdogs e cujo valor total angariado reverterá para os três filhos do ator.
O concerto será transmitido a partir das 21h30 de domingo na página do Festival Iminente nas redes sociais Instagram e Youtube.
O acórdão do tribunal com a decisão tomada pelo coletivo de juízes do tribunal de Loures em 28 de junho deste ano, “composto por 103 páginas, forra o chão do palco, e será lido, em parte, pela rapper G Fema, por ocasião da sua atuação”.
#MAKAlisboa é um projeto em coautoria de Francisco Vidal e Namalimba Coelho, “que usa as artes e a palavra como armas poéticas para abordar causas e temáticas presentes e urgentes, relacionadas com os direitos humanos, como são a discriminação e o preconceito sob todas as suas formas, através de ações artísticas e humanistas, no sentido de questionar o pensamento contemporâneo e descolonizar mentalidades”.
O projeto #MAKAlisboa, lembram os seus mentores, “é dedicado a todas as vítimas de injustiça e de opressão, e a todos os lutadores pela liberdade, igualdade, representatividade e verdade”.