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Covid-19

Autarca de Odemira sugere comissão parlamentar sobre situação de trabalhadores agrícolas

03 mai, 2021 - 16:51

"A coberto da atividade agrícola, há um conjunto de negócios estranhos, em que inclusivamente se procedam a transações de habitações e de automóveis de alta cilindrada em notas", afirma José Alberto Guerreiro.

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O presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, defendeu hoje que a situação dos trabalhadores agrícolas do concelho, no distrito de Beja, é "matéria suficiente" para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito.

"Às vezes, custa-me [ver] tantas comissões que se fazem na Assembleia da República e aqui temos uma matéria que era suficiente para que fosse analisada no âmbito de uma comissão da Assembleia da República", afirmou o autarca.

José Alberto Guerreiro, que falava aos jornalistas no final de uma reunião de coordenação da "task force" do concelho que acompanha a situação da pandemia de covid-19, indicou que a câmara e a assembleia municipal já tomaram posição sobre o assunto.

"Quando uma assembleia municipal toma deliberações por unanimidade, e essa unanimidade é obtida no espetro político que é aquele que quase que representa a Assembleia da República, porque é que não acontecem coisas?", perguntou.

Questionando o motivo pelo qual "não dão atenção" aos alertas dos órgãos autárquicos do concelho, o presidente do município considerou que "nunca é tarde" para se tomar "atenção a estas matérias e discuti-las".

"Não pode continuar a acontecer, porque, a coberto da atividade agrícola, há um conjunto de negócios estranhos, em que inclusivamente se procedam a transações de habitações e de automóveis de alta cilindrada em notas", disse.

O autarca alentejano sublinhou que "não pode ficar indiferente" às situações que lhe foram descritas, mas realçou que "quem tem que investigar, se é verdade ou não, são as autoridades".

No domingo, José Alberto Guerreiro revelou que apresentou uma denúncia sobre situações que considerou suspeitas que estão na base da existência de "muitos trabalhadores migrantes" no concelho de Odemira.

Foram detetados, até agora, 22 alojamentos sem condições para acolher trabalhadores sazonais no concelho de Odemira, avançou esta segunda-feira o autarca.

O Governo decidiu decretar uma cerca sanitária às freguesias de São Teotónio e de Almograve, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de casos de covid-19, sobretudo entre trabalhadores do setor agrícola, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, na quinta-feira à noite.

O chefe do Governo sublinhou também que "alguma população vive em situações de insalubridade habitacional inadmissível, com hipersobrelotação das habitações", relatando situações de "risco enorme para a saúde pública, para além de uma violação gritante dos direitos humanos".

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.203.937 mortos no mundo, resultantes de mais de 152,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.977 pessoas dos 837.457 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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  • Filipe
    03 mai, 2021 évora 18:09
    Não é só em Odemira , é em Portugal inteiro ! Milhares de imigrantes andam na mão de seitas de escravidão onde os mesmos são comercializados como carne para venda , e só interessa pagar a estes o salário mínimo porque trabalham de Sol a Sol e dormem ao lado das explorações . Pagam metade do ordenado em alegadas casa barracas e comida , mandam duzentos e tal euros e mesmo assim é muito dinheiro lá foram onde cai na conta . Estão cá a render como os judeus nos campos de concentração , quando não interessam vão embora e vem outra fornada . Voltou a Portugal o trabalho escravo igual ao que deu origem a guerra de África em 1961 , faziam isto mesmo aos negros por isso revoltaram-se e com razão .

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