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Marcelo preside a reunião do Conselho de Estado dedicada à Defesa

19 mar, 2021 - 06:31 • Lusa

Governo pretende reforçar a autoridade do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. O Conselho de Estado e o Conselho Superior de Defesa Nacional foram convocados na semana passada para ouvir estes dois órgãos de consulta "sobre as propostas de alterações, anunciadas pelo Governo, à Lei de Defesa Nacional e à Lei Orgânica das Forças Armadas".

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Marcelo Rebelo de Sousa preside, esta sexta-feira, à primeira reunião do Conselho de Estado do segundo mandato como Presidente da República, dedicada à Defesa, com a participação do ministro João Gomes Cravinho.

A reunião do Conselho de Estado, com o ministro da Defesa Nacional como convidado, decorrerá a partir das 15h00, por videoconferência, estando o Presidente da República no Palácio de Belém, em Lisboa.

O Conselho de Estado e o Conselho Superior de Defesa Nacional foram convocados na semana passada para ouvir estes dois órgãos de consulta "sobre as propostas de alterações, anunciadas pelo Governo, à Lei de Defesa Nacional e à Lei Orgânica das Forças Armadas" - que ainda não foram aprovadas em Conselho de Ministros.

O Conselho Superior de Defesa Nacional reuniu-se na segunda-feira e deu "parecer de princípio favorável" aos projetos de propostas de revisão da Lei de Defesa Nacional e da Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas.

Entre outras alterações, o Governo pretende reforçar a autoridade do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), colocando os chefes dos ramos militares sob sua dependência hierárquica e atribuindo-lhe a coordenação dos Estados-Maiores.

O Conselho Superior de Defesa Nacional pronunciou-se sobre as propostas do Governo "tendo presente que o processo legislativo vai seguir subsequente tramitação, ouvindo o Conselho de Estado e envolvendo aprovação governamental e apreciação e aprovação na Assembleia da República".

A 26 de fevereiro, numa cerimónia no Instituto Universitário Militar, o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas formulou o voto "de que seja bem sucedido este processo, em conciliação entre arrojo e bom senso, assertividade e participação, reforço institucional e plasticidade pessoal", sem falar especificamente sobre a intenção de reforço de competências do CEMGFA.

Por outro lado, manifestou a expectativa de que "possa ser seguido de uma renovada reflexão sobre o Conceito Estratégico de Defesa Nacional", tendo em conta a "alteração em curso geopolítica e no domínio da defesa e da segurança a nível global, a nível europeu, e com incidência a nível nacional".

Na quinta-feira, o PSD apresentou um documento próprio sobre estas matérias, com propostas para a reforma das Forças Armadas, que incluem também a constituição do CEMGFA como "chefe do Estado-Maior de Defesa", passando os chefes do Exército, da Marinha e da Força Aérea para a sua "efetiva dependência direta" em termos operacionais.

Em conferência de imprensa, o antigo ministro Ângelo Correia expôs as posições do Conselho Estratégico Nacional do PSD sobre esta matéria e considerou que é necessário retocar conceitos da Constituição.

O ministro da Defesa Nacional, Gomes Cravinho, tem expressado o desejo de que as alterações propostas pelo executivo, que exigem maiorias qualificadas no parlamento, reúnam um "consenso o mais abrangente possível".

De acordo com a Constituição, o Conselho de Estado, órgão político de consulta presidencial, é composto por cinco cidadãos designados pelo Presidente da República pelo período correspondente à duração do seu mandato, e também por cinco eleitos pela Assembleia da República pelo período correspondente ao da legislatura, além dos membros por inerência.

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