03 mar, 2021 - 15:00 • Joana Gonçalves
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A prevalência da variante do Reino Unido continua a aumentar e representou, em fevereiro, mais de metade dos casos de Covid-19 detetados em Portugal.
De acordo com o último relatório de avaliação da diversidade genética do vírus no país, a mesma variante “foi detetada por sequenciação com uma frequência relativa de 58.2% na amostragem nacional de Fevereiro, 2021, mostrando um grande incremento relativamente à frequência de 16.0% observada em Janeiro”.
O documento, divulgado esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), revela também que, até à data, foram identificados cinco casos da variante da África do Sul e dez da estirpe do Brasil.
“Destaca-se ainda a deteção de duas novas variantes também com a mutação de interesse L452R na proteína Spike (linhagens A.21 e A.2.4)”, lê-se no relatório.
No início de Fevereiro, João Paulo Gomes, investigador do INSA, tinha já alertado para uma nova estirpe com a mesma mutação, que "surpreendeu" os os responsáveis pela avaliação da diversidade genética do novo coronavírus em Portugal.
“É uma mutação que está, não só, no domínio de ligação das nossas células, potenciando eventualmente uma maior transmissão, mas também está associada - dados experimentais apontam para isso - à falha de ligação dos nossos anticorpos. E daí esta preocupação acrescida”, revelou.
Com semelhanças a uma outra variante inicialmente identificada na Califórnia, esta estirpe, agora designada C.16, "revelou uma frequência relativa de 5.1% na amostragem de Fevereiro", com uma ampla dispersão nacional, "tendo sido já detetada em 45 concelhos, abrangendo 11 distritos de Portugal continental e ambas as Regiões Autónomas".
Para além da variante do Brasil já conhecida, os investigadores do INSA adiantam que uma outra variante, inicialmente detetada no mesmo país, soma agora 15 casos em Portugal e está associada "a casos de reinfeção".
O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge de(...)