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Covid-19. Trabalhadores do Registo e Notariado querem ser prioridade para vacina

01 fev, 2021 - 13:51 • Liliana Monteiro

A reclamação é do sindicato do setor, segundo o qual quem trabalha com o cartão do cidadão atende quatro a seis pessoas por hora sem máscara. Funcionários não podem ir para teletrabalho por serem considerados serviço essencial. Pedem vacina, máscaras e fatos de proteção.

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O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado (STRN) alerta para a necessidade de os trabalhadores do setor a efetuar atendimento presencial serem incluídos no grupo de vacinação prioritária contra a Covid-19.

“Por exemplo, os colegas que estão a tratar do cartão do cidadão, há um momento em que o cidadão tem de tirar a máscara para o fazer. Se tiver em linha de conta que cada colega atende quatro a seis pessoas por hora em espaços reduzidos e sem ventilação suficiente, e se isso for replicado por vários colegas, temos num curto espaço de tempo muita gente a respirar sem máscara em espaços pequenos e potenciar contágio tanto de cidadãos como trabalhadores”, explica Arménio Maximino, presidente do STRN.

Preocupado com a situação dos trabalhadores numa altura em que a pandemia regista números graves, este responsável lembra ainda que, apesar dos diversos esforços do executivo para agilizar a renovação do documento de identificação, “as ativações do cartão têm de ser feitas nos balcões das conservatórias”.

“Por exemplo, no caso dos cartões renovados por SMS, os cidadãos, quando vão fazer levantamento, as impressões digitais são difíceis de conseguir à primeira e obrigam a que quase sempre os colegas tenham de pegar no dedo da pessoa e encontrar forma de validar a impressão. É um risco e um contacto muito próximo com os cidadãos”, aponta.

O sindicato considera que a vacinar os funcionários seria uma medida cautelar e evitaria surtos nas conservatórias.

“O STRN defende ainda que devem ser disponibilizados, em especial àqueles trabalhadores, equipamento de proteção adequado ao facto de estarem perante um cidadão sem máscara – como, por exemplo, máscaras de proteção FFP3 – e o fato de proteção completo, o que neste momento não sucede”, refere Arménio Maximino, lembrando que muitos dos funcionários têm mais de 60 anos e comorbilidades associadas.

Estas patologias permitem que fiquem em teletrabalho, mas tal não lhes é permitido por estarem a prestar "serviços essenciais".

Arménio Maximino fala num défice de 1.500 trabalhadores no setor do registo e notariado, razão que origina os conhecidos atrasos na renovação do cartão do cidadão.

“Aliás, adianto que o problema vai continuar a alastrar aos outros serviços de registo. De 30 junho 2019 até junho 2020, saíram 180 trabalhadores. O instituto tentou fazer investimento de um concurso externo e não foi autorizado sequer. O Governo não tem nestes serviços uma prioridade”, lamenta o presidente do sindicato.

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