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Covid-19: Aumento "repentino" de casos leva a suspensão de aulas em Tavira

04 jan, 2021 - 13:52 • Lusa

Autarca “muito preocupada” com subida de casos no concelho na última semana, o que levou as autoridades a determinar a suspensão das aulas presenciais dos 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário de todos os agrupamentos de escolas do concelho.

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O aumento de casos de covid-19 em Tavira levou a Autoridade Regional de Saúde a suspender as aulas presenciais do 2º e 3º ciclos e ensino secundário no concelho, confirmou à Lusa a presidente da Câmara, Ana Paula Martins.

A autarca manifestou-se “muito preocupada” com o aumento “repentino” de casos registado no concelho na última semana, o que levou as autoridades a determinar a suspensão das aulas presenciais dos 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário de todos os agrupamentos de escolas do concelho.

No comunicado em que informou a autarquia sobre a suspensão das aulas nestes ciclos de ensino, que se aplica durante um período sete dias iniciado hoje, a Autoridade de Saúde Regional do Algarve justificou a medida com “a existência de 262 casos confirmados ativos de covid-19, com uma taxa de incidência a 14 dias superior a 960 casos/100.000 habitantes”.

Este número de contágios deixa Tavira entre os concelhos de “risco extremamente elevado” e a situação será reavaliada no dia 10 de janeiro, acrescentou aquela autoridade no comunicado divulgado pelo município de Tavira nas redes sociais.

“O que posso dizer é que vejo com muita preocupação este aumento, sobretudo porque estamos a assistir a um vírus – pelo menos comparativamente com o que tinha acontecido aqui no concelho – muito mais contagioso, com um grau de contágio maior, e daí também, este crescimento”, afirmou Ana Paula Martins (PS) à Lusa.

A mesma fonte deu como exemplo o que se está a verificar com os agregados familiares locais, que antes viam “aparecer uma pessoa num agregado, às vezes duas”, e “agora existem agregados inteiros que ficam contagiados”.

“Não sei se terá a ver com alguma situação em especial, também não sou especialista, mas efetivamente sei que a Autoridade Regional de Saúde e a Autoridade Local de Saúde estão a tentar estudar também essa questão de o vírus poder estar aqui a apresentar um grau de contágio muito maior”, acrescentou.

Questionada sobre se já tinha sido detetada no concelho a nova estirpe do novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetada no final do ano transato no Reino Unido e também já detetada em Portugal, a mesma fonte respondeu que as autoridades de saúde “não sabem ainda”, mas “estão a estudar essa possibilidade”.

“Sei que a saúde púbica também estranhou este contágio tão repentino e rápido”, disse ainda a autarca do distrito de Faro, esclarecendo que “foi sobretudo na última semana” que este aumento se deu.

Ana Paula Martins explicou que, até aqui, “os números estavam a crescer, mas um bocadinho à semelhança do que estava a acontecer em todo o Algarve e no resto do país, mas na última semana houve mais de 200 casos” no concelho.

Estes números incluem também um surto detetado num lar de Santa Maria, “que inicialmente tinha 25 utentes e agora tem à volta de 30 e também tem cerca de 10 funcionários” positivos.

“Vamos entrar muito possivelmente na lista de risco extremamente elevado, com as medidas mais penosas que daí resultam”, lamentou, referindo-se à restrições impostas à circulação e ao comércio e restauração, que passam a ter de cumprir horários mais limitados e encerrar toda a atividade às 13:00, aos fins de semana.

A presidente da Câmara de Tavira lançou um apelo à população para que, “independentemente do motivo para que estes contágios estejam a acontecer tão rápido, cada um adote comportamentos responsáveis”.

A autarca apela ao uso de máscara, “quer na rua, quer nas situações usuais” e “sobretudo evitar o convívio social”, estando em casa o máximo de tempo possível e saindo de casa “apenas para aquilo que é esse essencial”, de forma a tentar inverter a tendência de crescimento do número de casos no concelho.

Portugal contabiliza pelo menos 7.118 mortos associados à covid-19 em 427.254 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado até 07 de janeiro, com recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

O Governo decidiu manter as medidas previstas para o Natal, mas agravou as do período do Ano Novo, com recolher obrigatório a partir das 23:00 de 31 de dezembro, e a partir das 13:00 nos dias 01, 02 e 03 de janeiro.

A circulação, que foi também proibida entre concelhos às 00:00 de 31 de dezembro, foi levantada às 05:00 de hoje.

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