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Juiz critica declarações de secretário de Estado sobre tragédia no Meco

27 jan, 2014 - 20:12

"Declarações dessa natureza não favorecem a descoberta da verdade", afirma Eurico Reis.

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As declarações do secretário de Estado da Juventude sobre a morte de seis alunos no Meco não contribuem para a descoberta da verdade, afirma o juiz Eurico Reis, que apela à contenção.

“Existindo um processo-crime, e os processos-crime não são abertos se não existirem indícios, as pessoas deviam ter cuidado antes de falar sobre coisas que estão ainda a ser apreciadas, que estão a ser apuradas, estamos a tentar descobrir o que se passou”, defende Eurico Reis, em declarações à Renascença.

“Toda a gente, nomeadamente as pessoas com responsabilidades institucionais, deviam ter muito cuidado com o que estão a falar. Declarações dessa natureza não favorecem a descoberta da verdade. Criam mais complicações”, afirma o juiz desembargador.

O secretário de Estado do Desporto e Juventude considerou esta segunda-feira, em Coimbra, que o incidente que levou à morte de seis estudantes na praia do Meco "não é praxe académica". A praxe "não é aquilo, nem nunca o foi", afirmou Emídio Guerreiro, também antigo presidente da Associação Académica de Coimbra, sublinhando que aquilo que levou à morte dos seis estudantes da Universidade Lusófona são "actos ilícitos que devem ser punidos".

Ouvido pela Renascença, Eurico Reis sublinha que não se sabe o que aconteceu no Meco, mas considera que as praxes académicas, por si, são práticas que não se compreendem nos dias de hoje.

“Há muita gente que está a tentar branquear as praxes. A minha opinião sobre as praxes é que elas são uma prática medieval, que não deviam ter lugar nos nossos dias. Esta preocupação de branquear práticas medievais e que conduzem a mentalidades que já deviam ter desaparecido do nosso convívio social, isso sim é que me preocupa grandemente, mas nós estamos a viver numa época de absoluta falta de respeito por valores éticos e por princípios de comportamento que têm milénios e que são baseados na dignidade da pessoa humana”, conclui Eurico Reis, juiz-desembargador e habitual comentador no programa “Em Nome da Lei” da Renascença.

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