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Sindicato dos Médicos questiona critérios de nomeação para direções clínicas

12 dez, 2020 - 17:15 • Redação com Lusa

Já o Sindicato Independente dos Médicos diz que os profissionais "estão fartos de lágrimas de crocodilo, de palmas à varanda, de rebuçados dos Arcos".

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O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) questionou, este sábado, o governo sobre os critérios usados para a nomeação nas instituições de saúde, especialmente numa altura em que se espera uma liderança clínica forte.

Numa nota de imprensa o SMZS, que pertence à Federação Nacional dos Médicos, recorda que foi apresentada ao Ministério da Saúde, no início do ano, uma proposta negocial relativa à governação clínica.

O SMZS considera que, com esta proposta, “são introduzidas melhorias para o funcionamento dos serviços ao apresentar uma nova formulação da caracterização do “diretor clínico”, no caso dos hospitais, e do “presidente do Conselho Clínico e da Saúde, no caso dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS)”.

Para este sindicato dos médicos, a adequada governação clínica melhora os cuidados de saúde prestados aos doentes, ao promover uma liderança forte associada à qualificação técnico-científica”, em detrimento de “uma visão puramente gestionária das instituições de saúde, sujeita a clientelismos, que se iniciou no ano de 2007 com o Estatuto do Gestor Público, implementado pelo ministro da Saúde, António Correia de Campos”.

Este estatuto, refere o comunicado, revelou-se, ao longo dos anos, “uma falácia, ao abrir a porta a nomeações políticas duvidosas para cargos dos conselhos de administração hospitalares e dos órgãos de gestão dos ACeS”.

A carreira médica “passou a ser substituída por indigitações pouco esclarecedoras e médicos mais jovens passaram a ocupar cargos para os quais certamente não possuem a devida preparação”.

Exemplo deste tipo de gestão, aponta o SMZS, é a nomeação de um médico recém-especialista para presidente do Conselho Clínico do ACES Loures-Odivelas.

“Em tempos de pandemia, o Ministério da Saúde demonstra, mais uma vez, a inabilidade gestionária mediante políticas geradoras de desconfiança e descontentamento entre os médicos”, remata o comunicado.

Médicos fartos de "lágrimas de crocodilo", afirma SIM


Já o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirmou, num comunicado publicado esta sexta-feira, que os profissionais "estão fartos de lágrimas de crocodilo, de palmas à varanda, de rebuçados dos Arcos".

Os médicos lembram que "há mais de 15 anos que não ocorrem revisões salariais apesar da disponibilidade dos sindicatos em negociarem grelhas salariais" e denunciam: "a perda do poder de compra dos médicos atinge nesse período de tempo os 23%".

"Há dinheiro para descongelar a carreira dos administradores hospitalares, há dinheiro para socorrer repetidamente a banca criminosa e incompetente, há dinheiro para fazer uma Nova TAP, a tal onde o seu dinheiro voa… pois, são os compromissos… sê-lo-ão mas não para com o povo português", criticam.

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