08 dez, 2020 - 16:57 • Henrique Cunha com Redação
Para a Associação dos Professores de Matemática (APM), as alterações curriculares introduzidas em 2013 “foram fatais para o trabalho nas escolas”.
Em declarações à Renascença esta terça-feira, Lurdes Figueiral, presidente da APM, defende que “essas alterações” produziram “um quadro curricular contraditório"”
Foi uma decisão “fatal” tentar “conciliar programas curriculares desajustados com aprendizagens essenciais que tiveram de ser feitas muitas vezes, no caso da matemática, à revelia desses programas e manter todos esses documentos curriculares em vigor. O que introduziu um quadro curricular de referência contraditório e isso aos professores pode também tirar confiança e clareza sobre aquilo que se pretende”, explica.
Lurdes Figueiral, que é também Conselheira do Conselho Nacional de Educação, afirma que as alterações que o atual governo pretende introduzir chegam tarde.
“A APM foi ouvida pelo grupo de trabalho da matemática que foi criado para fazer o relatório que é conhecido. Participamos na discussão publica do documento assim como muitas outras associações, entidades, escolas e professores. Portanto, houve uma grande auscultação da comunidade. Em nosso entender tem que haver intervenções a vários níveis e o aspeto curricular é um deles. E em minha opinião é que já vem tarde. Por muito paulatinamente que tenha que se fazer, já vem tarde, porque em educação os resultados não se veem logo imediatamente, vêem-se passado anos. E estamos a comprometer anos de formação para as nossas crianças e para os nossos jovens”, diz.