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Coronavírus

“Quanto mais vacinas houver no mercado, melhor”, diz Graça Freitas

16 nov, 2020 - 17:18

A diretora-geral da Saúde avisa que os ensaios clínicos ainda estão numa fase muito prematura e que ainda falta confirmar muita coisa em relação às vacinas que estão a ser testadas. Preço não será o fator determinante em Portugal.

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Todas as vacinas que chegarem ao mercado são bem-vindas, considera Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde esteve esta segunda-feira na conferência de imprensa diária da DGS, onde foi questionada sobre o facto de ter sido apresentada uma nova vacina, supostamente mais eficaz que as outras que têm estado a ser testadas. Graça Freitas considera que esta é uma boa notícia, mas avisa que ainda há um longo caminho a percorrer.

“Quanto mais vacinas no mercado, seguras e de qualidade, melhor será”, considera a diretora-geral, uma vez que “maior oferta haverá e melhor capacidade de países ricos ou pobres comprarem.”

“O que interessa é que os ensaios venham a dar bons frutos até ao fim, que a eficácia repercute na efetividade e que essa efetividade tenha duração longa. Estamos numa fase muito prematura dos ensaios e temos de estar muito atentos, há ainda muitas incógnitas. Qual vai ser o comportamento da vacina em relação aos grupos de pessoas, como e que cada grupo vai reagir do ponto de vista imunitário a essa vacina, se a duração da imunidade vai ser curta ou grande, se protege o vacinado ou se impede também a transmissão.”

“De qualquer maneira, quanto mais vacinas seguras, eficazes e de qualidade houver no mercado, melhor é”, conclui.

Graça Freitas insiste também que num contexto tanto de crise financeira como de emergência sanitária não será o fator preço a determinar qual a vacina que Portugal opta por adquirir.

“Garantidamente não vai ser o preço que vai decidir a vacina que vamos utilizar. Estamos em variadíssimos mecanismos europeus para aquisição de vacinas e ainda estamos em outros mecanismos europeus para adquirir por nossa conta”, começa por dizer a diretora-geral da Saúde, acrescentando que o primeiro-ministro António Costa “já disse que a vacinação em Portugal será universal, administrada gratuitamente a todos os que tenham indicação.”

A segurança, considera Graça Freitas, está acima de tudo. “A vacina é administrada a pessoas saudáveis, e portanto um critério importantíssimo é a segurança, não podemos causar dano, tem de haver um perfil de segurança muito bom. Tem de ser vacinas com eficácia e todos os seus componentes têm de ter qualidade.”

O selo da Infarmed, explica a diretora-geral, serve para que os cidadãos tenham a garantia de tudo isso.

Mas para além da segurança há também o importante critério da disponibilidade, diz. “Outra coisa é disponibilidade para os diferentes países e em que quantidade, e para quem. Muitas vezes estas vacinas podem vir a ser lançadas com indicações para determinados grupos populacionais, estando em curso ensaios para outros grupos”, explica, dando como exemplo uma vacina que pode chegar ao mercado como adequado para adultos dos 18 aos 64 anos, vindo só mais tarde a ser testado para crianças, idosos e, por fim, grávidas.

“Quando houver vacinas não vai ser o preço o critério determinante, vai ser qualidade, segurança, disponibilidade e características. Preço não vai ser de certeza. Assim tenhamos vacinas de qualidade em tempo útil”, terminou Graça Freitas.

Portugal registou esta segunda-feira o número máximo de mortes diárias por Covid-19 ao contabilizar mais 91 óbitos nas últimas 24 horas e contabilizou mais 3.996 novos casos de infeção, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde.

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 3.472 mortes e 255.672 casos de infeção pelo novo coronavírus.

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  • Ivo Pestana
    16 nov, 2020 Funchal 20:42
    Vou esperar pela vacina portuguesa, gosto mais do produto nacional.

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