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Morte de Gonçalo Ribeiro Telles. Marcelo evoca "lutador pelas liberdades e a democracia"

11 nov, 2020 - 18:36 • Lusa

"Respeitado humana, profissional e politicamente por amigos, colegas e adversários, e pelos portugueses em geral, Gonçalo Ribeiro Telles deixa um legado alcançado por poucos", indica o Presidente da República. Governo já decretou Dia de Luto Nacional na quinta-feira.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou esta quarta-feira a morte do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, lembrando-o como um "lutador pelas liberdades e a democracia" e uma "consciência crítica" no plano ambiental.

Gonçalo Pereira Ribeiro Telles morreu hoje à tarde, na sua casa, em Lisboa, aos 98 anos.

"Respeitado humana, profissional e politicamente por amigos, colegas e adversários, e pelos portugueses em geral, Gonçalo Ribeiro Telles deixa um legado alcançado por poucos", lê-se numa nota do chefe de Estado publicada no portal da Presidência da República na Internet.

Marcelo Rebelo de Sousa refere que, enquanto "militante político e cívico", Gonçalo Ribeiro Telles "foi fundador do Centro Nacional de Cultura e integrou vários movimentos da oposição monárquica no antigo regime, tendo sido também um dos fundadores e o mais destacado dirigente do Partido Popular Monárquico (PPM)".

O Presidente da República acrescenta que Ribeiro Telles exerceu "diversos cargos governativos na área do ambiente, nomeadamente durante os governos provisórios em 1974 e 1975, mas principalmente nos da Aliança Democrática (AD), da qual foi fundador e deputado".

No seu entender, foi uma "figura determinante na consolidação e alternativa na democracia portuguesa".

"Como ambientalista com responsabilidades públicas, representou desde cedo, e durante décadas, uma consciência crítica esclarecida, contribuindo igualmente para importantes atos legislativos como a Lei de Bases do Ambiente ou a Lei do Impacto Ambiental, combates que prolongou na fundação de um partido ambientalista, o Movimento Partido da Terra (MTP)", considera.

"Pioneiro em Portugal das grandes questões que hoje, mais do que nunca, se mostram decisivas, homem de grande serenidade e de grandes convicções, é com emoção e saudade que me despeço de Gonçalo Ribeiro Telles, amigo de longa data, a cuja família envio sentidas condolências", escreve Marcelo Rebelo de Sousa.

Nesta nota, que tem como título "Presidente da República honra a memória de Gonçalo Ribeiro Telles", salienta-se o trabalho do arquiteto paisagista "durante anos ao serviço da Câmara Municipal de Lisboa" nos espaços públicos da capital e área metropolitana, "com destaque para o jardim da Fundação Gulbenkian", que desenhou em conjunto com António Viana Barreto.

O Governo decretou um dia de luto nacional, na quinta-feira, pela morte de Gonçalo Ribeiro Telles, que nasceu em Lisboa no dia 25 de maio de 1922.

Há cerca de seis meses, ao felicitá-lo pelo seu 98.º aniversário, Marcelo Rebelo de Sousa apontou-o como uma "das pessoas mais admiráveis" que conhecia e elogiou-o pela "dedicação corajosa e indomável à proteção do planeta" e pelo "espírito visionário", lamentando que "os seus avisos sábios" não tenham sido atempadamente escutados.

"Os seus 98 anos, feitos hoje, são um exemplo de vida no qual todos deveríamos refletir e meditar. Pela rara coerência de princípios e valores, entre os quais avulta o amor profundo ao seu país e aos seus concidadãos", escreveu o chefe de Estado, na altura, numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet.

Quando Ribeiro Telles completou 95 anos, em 25 de maio de 2017, o Presidente da República anunciou a decisão de o condecorar com a grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique e considerou que Portugal tinha "uma dívida de gratidão" para ele.

Ribeiro Telles já tinha recebido o título de oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, em 1969, a grã-cruz da Ordem de Cristo, em 1988, e a grã-cruz da Ordem da Liberdade, em 1990.

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