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Igualdade

Faculdade de Direito de Lisboa suspende professor que comparou feminismo ao nazismo

14 out, 2020 - 19:01 • Fábio Monteiro com Lusa

Suspensão decorre do processo disciplinar aberto no mês passado, confirmou fonte da instituição à Renascença.

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A Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa suspendeu esta quarta-feira o professor de Direito Penal que comparou feminismo ao nazismo num programa de mestrado, após um processo de inquérito aberto em final de setembro. Esta informação foi confirmada à Renascença por fonte da instituição.

Em 25 de setembro a faculdade anunciou que tinha retirado os programas das cadeiras para os analisar e abriu um processo disciplinar, tendo o mesmo resultado na suspensão de funções de acordo com o secretariado da faculdade de Direito.

“Em relação aos recentes factos, dados a conhecer pelos órgãos de comunicação social, envolvendo o docente desta Faculdade professor Francisco Aguilar, a Direção da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa vem comunicar que, tornando-se necessário apurar a relevância disciplinar daqueles factos e a sua extensão, determinou a abertura de competente processo de inquérito”, lê-se na nota enviada à agência Lusa a 25 de setembro.

Uma notícia do jornal "Público" revelou que Francisco Aguilar, professor na Faculdade de Direito de Lisboa, estava a causar polémica devido à conduta durante as suas aulas e o mesmo jornal avançou hoje que o docente foi suspenso, informação confirmada à Lusa por fonte da instituição.

O professor que leciona algumas cadeiras do mestrado em Direito terá optado por temáticas controversas na altura de lecionar as unidades curriculares de Direito Penal IV e Direito Processual Penal III, encarando a “violência doméstica como disciplina doméstica” e comparando as mulheres a “pessoas desonestas, espertas e canalhas”.

Em comunicado, a instituição realçava que "defende a dignidade de todos" e que o plano de estudos deve respeitar os valores da igualdade.

Por sua vez, o professor de Direito disse que não ia "abdicar da sua liberdade científica".

O professor em causa foi também julgado por violência doméstica, em Lisboa, num processo em que estava acusado por uma ex-aluna com quem terá tido uma relação entre 2015 e 2016, tendo sido absolvido, segundo o jornal Público.

A juíza considerou que o despacho de acusação do Ministério Público omitiu mensagens que a assistente enviou ao arguido.

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