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Amante de Rosa Grilo condenado a 25 anos de cadeia

08 set, 2020 - 16:20 • Redação

Tribunal da Relação reverte decisão da primeira instância, que absolvera António Joaquim. A informação foi confirmada por vários órgãos de comunicação social junto da equipa de defesa de Rosa Grilo, Tânia Reis e João de Sousa.

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O Tribunal da Relação de Lisboa reverteu a decisão do Tribunal de Loures no caso da morte do triatleta Luís Grilo, condenando António Joaquim a 25 anos de prisão, avança a TVI. Quanto à principal arguida no caso, Rosa Grilo, a condenação mantém-se. Ou seja, 25 anos de cadeia.

Em primeira instância, António Joaquim tinha sido absolvido de todos os crimes.

O amante de Rosa Grilo é agora condenado a 24 anos pelo crime de homicídio qualificado e um ano pelo crime de profanação de cadáver.

“Os arguidos Rosa Grilo e António Joaquim agiram concertadamente e em conjugação de esforços na concretização do mesmo objetivo comum, que era tirarem a vida ao Luís Grilo e desfazerem-se do respetivo corpo”, concluiu o Tribunal da Relação de Lisboa, considerando que o tribunal de júri, responsável pela decisão de primeira instância, “errou na avaliação das aludidas provas e no raciocínio que levou a cabo”.

Em causa está a aplicação do princípio “in dúbio pro reo” que levou à decisão de primeira instância do Tribunal de Loures de absolver António Joaquim dos crimes de homicídio e de profanação de cadáver de Luís Grilo, anunciada em 3 de março, “quando concluiu estar perante uma dúvida inultrapassável, decidindo-a a favor do arguido”.

Detalhando todos os elementos probatórios, aos quais o MP apelou no recurso da decisão final, os juízes desembargadores concluíram que “ambos os arguidos estavam conluiados e juntos no momento em que foram cometidos os crimes e que houve entre eles concertação de movimentos e de atitudes”.

“Se, por um lado, a arma que matou a vítima pertencia ao arguido António Joaquim, por outro, a arguida Rosa Grilo não dispunha nem dispõe de quaisquer conhecimentos de balística, de manuseamento de armas e do processo de eliminação de vestígios identificativos de correspondência da arma ao projéctil”, indicou o acórdão.

Segundo o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, os meios de prova permitiram “retirar a ilação segura no sentido de que os arguidos Rosa Grilo e António Joaquim agiram concertadamente e em conjugação de esforços na concretização do mesmo objetivo comum, que era tirarem a vida ao Luís Grilo e desfazerem-se do respetivo corpo”.

A 3 de março, a arguida Rosa Grilo foi condenada a 25 anos de prisão efetiva pelo homicídio do marido, o triatleta Luís Grilo, enquanto António Joaquim, também acusado no processo, foi condenado a dois anos de prisão com pena suspensa.

Na altura, o Ministério Público (MP) disse que iria recorrer da absolvição de António Joaquim da acusação do crime de homicídio de Luís Grilo, processo em que foi condenado apenas por detenção de arma proibida.

Em março, no programa "Em Nome da Lei" da Renascença, António Joaquim diz que “foi feita justiça com a minha absolvição, nesta primeira instância”. Mas ao ser questionado se tinha a mesma opinião em relação à condenação a 25 anos de cadeia de Rosa Grilo, o antigo amante afirmou não conseguir responder.

"Nunca duvidei quando a Rosa disse que Luís Grilo tinha saído para fazer um treino de bicicleta”, sublinhou.

Os dois arguidos foram detidos a dia 26 de setembro de 2018, por suspeitas de serem os autores do homicídio de Luís Grilo. O caso tornou-se público, quando, a 16 de julho, Rosa Grilo deu conta do desaparecimento do marido às autoridades policiais.

O crime terá sido cometido para poderem assumir a relação amorosa e beneficiarem dos bens da vítima - 500.000 euros em indemnizações de vários seguros e outros montantes depositados em contas bancárias tituladas por Luís Grilo, além da habitação.

[Atualizado às 21h16]

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