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​Continua a ser seguro ir ao IPO de Lisboa? Administração garante que sim

17 jun, 2020 - 19:13

Doentes devem manter os agendamentos, consultas e tratamentos, afirmam médicos.

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Responsáveis do Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO-Lisboa) garantiram esta quarta-feira que continua a ser seguro ir ao hospital e frisaram que os doentes devem manter os agendamentos, consultas e tratamentos.

A mensagem, numa conferência de imprensa, foi insistentemente deixada pela vogal do conselho de administração Sandra Gaspar e por Maria Gomes da Silva, diretora do serviço de Hematologia, onde foram detetadas infeções de covid-19 em oito profissionais e 12 doentes.

O IPO-Lisboa anunciou hoje os casos, na sequência de um rastreio que identificou duas infeções, entre profissionais, que conduziu a outros rastreios, que levaram a que se detetassem os 20 casos. Os doentes que estavam internados foram transferidos para outros hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

As responsáveis explicaram que desde o início da pandemia do novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, o IPO-Lisboa criou um conjunto de medidas de prevenção, entre elas os testes a profissionais e a doentes.

Até agora o IPO-Lisboa já fez cerca de seis mil testes, entre eles 3.800 a doentes e 2.200 a mais de 1.500 profissionais (alguns mais do que uma vez e representando 80% da população), incluindo prestadores externos.

Foi de acordo com estas medidas que na segunda-feira foram identificados dois profissionais infetados (medico e assistente operacional) com covid-19 no serviço de Hematologia, pelo que foram feitos testes a todos os profissionais do serviço e a todos os doentes internados. Foi detetado o vírus em mais seis profissionais, havendo agora ao todo três médicos, três enfermeiros e dois assistentes operacionais infetados.

Ao mesmo tempo foram detetados 12 doentes infetados, três dos quais que tinham tido alta e que estão a ser acompanhados em casa.

Maria Gomes da Silva explicou que os profissionais infetados foram isolados e foram rastreados os seus contactos e “a situação está completamente controlada”.

“O que se passou é uma situação pontual e está controlada”, frisou a responsável, acrescentando que o IPO-Lisboa está preparado para responder atempadamente a situações como a desta semana.

“Podem continuar a vir sem receios acrescidos”, vincou.

Sandra Gaspar reforçou a ideia afirmando que o IPO-Lisboa não tinha tido até agora praticamente nenhum caso de covid-19 e disse que foram tomadas todas as precauções, pelo que “não há qualquer risco para os doentes, que estão a ser tratados como é habitual”, e que as pessoas não devem deixar de fazer os tratamentos e de ir às consultas.

As duas responsáveis explicaram que todos os doentes internados no IPO-Lisboa são rastreados à covid-19 e que os doentes em tratamento também são rastreados com regularidade.

E disseram que os doentes agora infetados e que foram transferidos para outros hospitais estavam sem sintomas, exceto um com sintomas respiratórios. Dos profissionais infetados a maioria não tem sintomas.

Questionadas sobre a origem do surto disseram que ainda não é possível saber, mas lembraram que quer os doentes quer os profissionais de saúde têm contactos fora do IPO-Lisboa.

Sandra Gaspar disse ainda que estão internados em Hematologia 17 doentes, sendo que só oito estão no próprio serviço (os restantes noutros locais do hospital), e que não há reações de “grande pânico” entre esses doentes internados e que quer eles quer as famílias estão informados.

E frisou que as neoplasias hematológicas “são muito mais agressivas”, pelo que atrasos no diagnóstico e terapêutica são “potencialmente perigosos para os doentes”.

“Tenho medo da quebra de confiança”, que possa levar as pessoas a não virem ao hospital, afirmou, acrescentando: “Não por mim, mas pelos doentes”.

Sandra Gaspar assinalou que a principal mensagem que queria deixar era a de os doentes devem manter a confiança no IPO-Lisboa e há “todas as condições” para que continuem a ir ao hospital.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 443 mil mortos e infetou mais de 8,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.523 pessoas das 37.672 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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