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Migrantes intercetados no Algarve testados à covid-19 e encaminhados para escola

15 jun, 2020 - 13:58 • Lusa

Grupo diz ter saído “há três dias de El-Jadida”, em Marrocos, numa pequena embarcação de madeira com sete metros e lotação para entre sete a 10 pessoas, equipada com um motor de 18 cavalos e outro suplente.

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Os 22 migrantes oriundos do Norte de África intercetados esta segunda-feira ao largo de Quarteira, no Algarve, já realizaram testes à covid-19 e foram transportados para uma zona de apoio à população criada no âmbito da pandemia de covid-19.

Em declarações aos jornalistas, o capitão do Porto de Faro adiantou que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) já realizou os testes de despiste à doença e que os migrantes vão “ficar a aguardar os resultados na ZAP [Zona de Apoio à População] de Quarteira”, localizada na Escola EB 2,3 D. Dinis.

Fernando Rocha Pacheco, que falava junto à Estação Salva-Vidas de Quarteira, para onde o grupo foi encaminhado, sublinhou que “os resultados devem ser conhecidos ainda hoje” e que os homens devem ser depois “encaminhados para local adequado”.

Depois de terem sido intercetados quando se preparavam para desembarcar na Praia de Vale do Lobo, os migrantes foram conduzidos àquelas instalações, onde estiveram entre as 8h00 e as 12h30, à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que os interrogou e procurou saber a sua proveniência.

Segundo Fernando Rocha Pacheco, os migrantes não traziam consigo documentação e dois deles começaram por revelar ”ter entre 16 e 17 anos”, mas “corrigiram depois para os 18 anos”, colocando as idades dos 22 homens “entre os 18 e os 30 anos”.

Revelaram ter saído “há três dias de El-Jadida”, em Marrocos, numa pequena embarcação de madeira com sete metros e lotação para entre sete a 10 pessoas, equipada com um motor de 18 cavalos e outro suplente.

“Em termos náuticos é possível e, se saíram do sítio onde dizem ter saído, são 230 milhas em 46 horas. É possível fazê-lo a cinco nós, embora a embarcação seja pequena e tenha vindo sobrelotada”, calculou.

O também comandante da Zona Marítima do Sul acrescentou “que é preciso proceder a averiguações para verificar ao factos” que o grupo alega, mas reforçou que, com um motor desta potência, seria um viagem feita “num trânsito lento”, que “dá para fazer em três dias”.

A pequena embarcação, com sete metros de comprimento, foi avistada cerca das 4h00 por um mestre de pesca, que a considerou suspeita por estar “carregada de gente”, avisando as autoridades.

Após o alerta, elementos da Polícia Marítima de Faro e da Estação Salva-vidas de Quarteira iniciaram buscas por mar e por terra, tendo detetado e intercetado a embarcação às 04:50, quando os tripulantes “já se preparavam para desembarcar”.

Os 22 homens foram depois encaminhados para a Estação Salva-vidas de Quarteira, fazendo esse percurso “na própria embarcação” onde foram assistidos, fornecida roupa e testados à covid-19 pelo INEM .

Este é o segundo caso, em poucos dias, envolvendo migrantes alegadamente de origem marroquina que desembarcaram no Algarve, depois de na passada semana as autoridades terem detetado uma embarcação com sete homens ao largo de Olhão.

Já em 29 de janeiro um outro grupo de 11 migrantes tinha chegado à costa algarvia, antecedido de uma embarcação com oito homens, em 11 de dezembro de 2019.

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