Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

"Bombas de gasolina não são bar, nem discoteca". Cascais proíbe vende de álcool durante a noite

02 jun, 2020 - 11:14 • Maria João Costa

Das 20h00 às 8h00 está interdita a venda de bebidas alcoólicas nos postos de combustível do concelho de Cascais. A autarquia quer assim evitar afluência de grupos, sobretudo jovens.

A+ / A-

Veja também:


O presidente da Câmara de Cascais emitiu esta segunda-feira um despacho que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas bombas de gasolina do concelho, entre as 20h00 e as 8h00.

A medida vai vigorar até ao final do estado de calamidade, ou seja, até às 00h00 do dia 14 de junho. O objetivo é evitar a concentração de grupos, sobretudo jovens, naqueles locais

Em declarações à Renascença, o autarca social-democrata esclarece que “se começou a verificar uma concentração excessiva de jovens”. Carlos Carreiras diz que este despacho “é uma chamada de atenção, porque as bombas de combustível não são um bar, nem uma discoteca”.

O autarca relata que “se começou a verificar em algumas estações de serviço do concelho, uma concentração especialmente de cidadãos mais jovens que estavam a usar as estações de serviço de bebidas alcoólicas”.

Segundo o autarca, estas concentrações colocam “em risco não só as medidas sanitárias e em alguns casos, também, a segurança rodoviária”. A Polícia Municipal vai intensificar a fiscalização e “irá entregar o próprio despacho a cada uma das estações de serviço para que não seja evocado o desconhecimento da medida”, explica.

“Caso seja necessário haverá um reforço pelas forças de segurança”, indica o autarca de Cascais. Em caso de incumprimento, os estabelecimentos podem ser obrigados a encerrar.

Quantos casos de Covid-19 há em Cascais? Autarquia e DGS com dados diferentes

Questionado sobre o número de casos positivos no concelho de Cascais que segundo a Direção-Geral de Saúde (DGS) são, no total, 575 casos, o presidente da câmara tem outra explicação.

Carlos Carreiras aponta que tem “acesso a fontes que não são oficiais, mas que são rigorosas” e, portanto, indica que o concelho está “dentro da margem que a própria DGS diz que os casos que informa apenas representam 91% dos casos totais”.

Face ao aumento da incidência maior de casos que se tem verificado na área metropolitana de Lisboa, “Cascais teve um ligeiro acréscimo, mas não é dos concelhos mais afetados,” diz.

No concelho têm vindo a ser feitos testes serológicos à população local. O autarca indica que estes testes confirmam que “0,8% da população está infetada, o que dá números muitíssimo superior aos oficiais. Estamos mais do que a dobrar os números oficiais”

Carreias desvaloriza, contudo, a questão. “As percentagens a nível do país indicam que são superiores aqueles casos que são detetados, por causa dos assintomáticos”. Esse é o problema, refere o autarca porque são os que “contaminam a sua comunidade”

Nesta fase, o presidente da câmara está preocupado “em saber qual é o número dos ativos” no concelho e diz que “esse tem vindo a baixar. Quer dizer que há muitos recuperados”, refere Carreiras que está também preocupado com as taxas de internamento no Hospital de Cascais e cuidados intensivos. “Essas têm estado manifestamente baixas” sublinha o autarca.

Com o verão à porta, e num concelho com larga faixa marítima com praias procuradas também por habitantes de outros concelhos, o autarca destaca que o município já recebeu “o reforço da Polícia Marítima, quer em número de homens, quer em número de veículos.”

Quanto ao uso das praias, Carlos Carreiras acredita que “tudo se possa processar dentro da nova normalidade e que os cidadãos respeitem as regras”. Na sua opinião, “o sucesso coletivo depende da atitude individual”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • esteves ayres
    03 jun, 2020 Viseu 16:13
    Deixemo-nos de hipocrisia, então os capitalistas, a burguesia e a pequena-burguesia reaccionária andou estes anos todos a promover festas, concertos, em todos os lugares privados e públicos, e, agora querem que os jovens renunciem à bebida, e deixar de fazer aquilo que lhes vem na alma (com o apoio da maioria da comunicação social)?! Como diria o meu saudoso avô materno (um republicano convicto); vivemos numa sociedade podre e corrupta!
  • Petervlg
    03 jun, 2020 Trofa 16:09
    Isto passa-se em quase todas os postos de combustível. inclusive nem sei como o estado permite a venda de bebidas alcoólicas neste espaços depois dizem se conduzir não beba
  • Observador
    03 jun, 2020 Portugal 08:58
    A Geração "Nem-Nem-Nem" no seu melhor: para passarem a noite em hordas à pesca de álcool, nem estudam, nem trabalham, nem têm juízo na tola. Ah, SMO, SMO, que fazes tanta falta ...
  • 02 jun, 2020 22:23
    Não entendo como um posto abastecedor na estrada vende álcool a qualquer hora. Se calhar beba e conduza. Chega mais depressa.

Destaques V+