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Pandemia de Covid-19

Três milhões de máscaras sem certificado? Governo já "pediu esclarecimentos ao fornecedor"

17 mai, 2020 - 14:29 • Eduardo Soares da Silva

O ex-presidente da Associação Nacional de Farmácias vendeu três milhões de máscaras à DGS com certificado inválido. Pagamento não será feito até existir um "cabal esclarecimento", garante secretário de Estado da Saúde.

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O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, revela que o Governo já pediu um esclarecimento à empresa do antigo presidente da Associação Nacional de Farmácias, que vendeu três milhões de máscaras à Direção-Geral de Saúde com um certificado inválido.

Em conferência de imprensa, neste domingo, e confrontado com a notícia do jornal "Público", Lacerda Sales garante que o pagamento não será feito até existir um "cabal esclarecimento da situação".

"Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, enquanto central de compras, já solicitaram esclarecimentos ao fornecedor. Essas máscaras não foram distribuídas e o pagamento não será efetuado enquanto não houver um cabal esclarecimento da situação. As máscaras devem ser adquiridas de acordo com as regras", afirmou.

O ex-presidente da Associação Nacional de Farmácias João Cordeiro, através da empresa Quilaban, vendeu três milhões de máscaras do tipo FFP2 à Direcção-Geral da Saúde com um certificado “inválido ou falso”. O valor total da encomenda foi de 8,5 milhões de euros.

Segundo o "Público", João Cordeiro remeteu esclarecimentos sobre o assunto para o diretor-geral da empresa, Sérgio Luciano, que admitiu problemas no certificado.

Ainda assim, Luciano alegou a "aparente qualidade” das máscaras e sublinhou que o fornecedor também disponibilizou “estudos de conformidade” emitidos por um instituto chinês de certificação. Ainda justificou a situação com o" contexto de intensa pressão que existe para o fornecimento e entrega destes produtos".

Questionado sobre se foram compradas mais máscaras sem certificado, Lacerda Sales disse que "para já, não temos conhecimento disso".

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