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Setúbal. “Um dedo de conversa" vai combater a solidão dos mais velhos

08 mai, 2020 - 15:08 • Rosário Silva

Através do telefone, estudantes do Instituto Politécnico de Setúbal vão desenvolver um projeto de apoio a duas dezenas de idosos em isolamento social, em tempo de pandemia.

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Chama-se “idoSOS - Um dedo de conversa” e arranca na próxima semana por iniciativa do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS). É o mais recente projeto desta instituição de ensino superior e pretende “prestar apoio técnico e emocional, por via telefónica, a idosos em situação de isolamento social devido ao contexto de crise sanitária”, explica uma nota do IPS, enviada à Renascença.

O “idoSOS - Um dedo de conversa” vai ser levado a cebo por estudantes finalistas das licenciaturas em Fisioterapia e Animação e Intervenção Sociocultural, que vão ter, também, oportunidade de realizar os estágios previstos no seu percurso de aprendizagem, por estes dias, alvo de adaptações devido à pandemia.

Duas dezenas de utentes, da Associação de Solidariedade Social da freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, do concelho de Setúbal, com idades entre os 64 e os 89 anos, são os beneficiários deste projeto.

Privados da valência de centro de dia e do habitual convívio com os outros utentes, muitos deles a residirem sozinhos em casa, ainda que continuando a beneficiar de apoio domiciliário, no que toca a higiene e alimentação, vão poder, a partir da próxima semana, dar “um dedo de conversa” com jovens estudantes.

“Promover a qualidade de vida através do combate à sensação de isolamento, mantendo a mobilidade e atenuando a ansiedade gerada pelo contexto de pandemia”, é, segundo o IPS, s e o que pretende este novo projeto que vai desenvolver-se através de contactos telefónicos semanais (dois por cada utente) ou através das redes sociais, quando tal seja possível.

Aos estudantes de Fisioterapia vai caber a missão “de prevenir o agravamento de situações crónicas”, nomeadamente através de uma proposta e acompanhamento de atividades que permitam aumentar o gasto energético e diminuir o tempo em comportamento sedentário”, num importante contributo para o “estabelecimento de rotinas ativas e saudáveis.”

Quanto aos estudantes de Animação e Intervenção Sociocultural, vão preocupar-se em “encontrar estratégias que permitam reduzir o impacto emocional do isolamento social nestes idosos”, através de “atividades que permitam a partilha e a reflexão sobre a atualidade, inclusivamente sobre a covid-19, e sobre as suas experiências, hobbies e histórias de vida, entre outras temáticas de interesse mútuo.”

“Em última instância”, explica o Politécnico de Setúbal, o que se pretende “é proporcionar momentos agradáveis e promover sentimentos positivos como a confiança, a segurança, a autovalorizarão e a tranquilidade.”

Os 20 idosos envolvidos nesta experiência, vão receber “pastas personalizadas com fotos e outras informações relevantes sobre os estudantes com quem passarão a interagir”, estando também previsto “um inquérito inicial para diagnóstico das rotinas existentes, no sentido de se avaliar o gasto energético diário.

Logo que o projeto entre numa base regular, será entregue documentação sobre “as atividades físicas propostas, jogos e outras ferramentas que permitam enfrentar, de forma saudável e tranquila, o contexto de necessário isolamento”, faz saber esta instituição de ensino superior.

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