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Coronavírus

Regresso à normalidade? Ministra diz que "vamos ter de nos adaptar” a uma nova realidade

12 abr, 2020 - 14:02 • Filipe d'Avillez

Marta Temido diz que vivemos "entre a incerteza e a esperança" e não se compromete com a ideia de manter o isolamento social dos idosos até ao final do ano, como sugere a presidente da Comissão Europeia. Portugal seguirá as melhores recomendações a cada momento, garante a ministra.

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A ministra da Saúde, Marta Temido, deixou este domingo o alerta de que, mesmo no final da pandemia, “nada será como antes” e que os portugueses terão de se adaptar pelo menos até que se descubra uma vacina.

A afirmação foi feita em resposta a uma pergunta sobre um eventual “regresso à normalidade” já em maio e disse que está a ser ultimada uma norma sobre a utilização de meios de proteção na vida comunitária e social.

“O que sabemos neste momento é que as previsões que gostávamos de fazer relativamente ao futuro são caracterizadas por grande incerteza. É no equilíbrio entre a incerteza e a esperança que temos de nos mover. O que enfrentamos é novo e tem uma evolução ainda desconhecida. Temos de equilibrar o futuro que desejamos com a necessidade de adaptar a nossa vida ao contexto de cada momento”, começou por alertar Marta Temido.

A ministra referiu que no dia 15 de abril haverá uma nova reunião com cientistas, outros especialistas e representantes do mundo político, incluindo o Presidente da República, o primeiro-ministro, o presidente da Assembleia da República e representantes dos grupos parlamentares para tomar as decisões para o futuro, com base na ciência disponível.

“Temos de decidir com base na ciência, mas temos sido todos encaminhados para a necessidade de tomar decisões que não repousam só na certeza absoluta, com base em algum nível de risco.”

“Estamos a ultimar uma norma sobre a utilização de meios de proteção geral na vida comunitária e social, mas sabemos que essa vida social está entre parênteses, porque estamos em estado de emergência. A expetativa de retomar a normalidade vai ter sempre de ser temperada, até se descobrir a vacina, por medidas de proteção e restrição. Nada será como antes e teremos de nos saber adaptar. Tenho a certeza de que os portugueses têm a resiliência para isso”, concluiu Marta Temido.

Idosos em isolamento até ao final do ano?

A ministra não especificou se essa nova realidade incluirá o isolamento social dos idosos até ao final do ano.

Confrontada com essa hipótese, proposta pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a ministra não se comprometeu, dizendo apenas que Portugal seguirá as melhores recomendações para cada momento.

“Estamos longe de ter vencido esta pandemia, ainda nos espera muito trabalho e muita resistência. Se essa for a melhor recomendação claro que vamos segui-la”, disse.

Entretanto, garante, o Governo está a dar toda a atenção aos grupos de risco, entre os quais os idosos.

“Temos tido uma grande preocupação com os grupos mais vulneráveis”, disse, acrescentando que “há muito que pedimos o fim das visitas aos idosos, tanto os institucionalizados como os que estão em casa, optando por outras formas de contacto, utilizando os novos meios de tecnologia ou então apenas pela janela ou ao portão.”

Segundo os dados da DGS, entre as 12h de sábado e as 12h de domingo morreram em Portugal mais 34 pessoas, elevandoo total de mortos para 504 e confirmando a tendência de planalto que se tem verificado ao longo dos últimos dias.

Comentários
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  • 12 abr, 2020 22:12
    Como estamos a chegar ao dia 17 e como amanhã o Estado de " SÍTIO " vai ser levantado, pois já poderemos sair do próprio Concelho e porque também já estou a ficar sem NORTE, aproveito estas declarações da Senhora Ministra para dizer e perguntar o seguinte. Já fiz esta pergunta e não vi ser dada uma resposta que é. Os 504 Óbitos referidos são todos motivados pela Covid-19? Desses quantos, Idosos de Lares, são? Também os 504 foram todos Testados após o Óbito? Pergunto não inocentemente mas porque tendo a Sra. Ministra sido Administradora Hospitalar, é capaz de saber que MUITOS Óbitos são declarados sem uma CAUSA " CAUSADORA " da morte. Não, não é crítica, mas sim a REALIDADE, pelo menos em tempos que já lá vão. Por isso, a DÚVIDA vai continuar no meu VER. Sem querer intervir nos números, acho que os mesmos não nos são apresentados como deverão ser apresentados. Sabemos que todos os dias há Óbitos, no Domicílio, nas Estradas, nos Hospitais e também nos Lares. Ora os Óbitos ditos " normais " não estão a ser contabilizados á parte? Se sim, quantos são diariamente? Enquanto esta diferenciação não for apresentada, pelo menos uma vez, vou ou vamos ficar com a tal DÚVIDA. Já agora e tendo em atenção as declarações da Sra. Presidente da União Europeia, os LARES de IDOSOS deviam ter sido os primeiros a fazer a TAL Separação pois o RISCO PRIMEIRO está nessas Instituições, vamos ser REALISTAS e será que as VACINAS da Gripe não estarão nesta CAUSA? A Vacina não origina a GRIPE? A mim sim.
  • Filipe
    12 abr, 2020 évora 17:15
    Era já para neste momento termos 30 a 50 casos novos por dia . Normalidade com 500 a 1000 casos por dia , é um bilhete a todos os Portugueses de Ida para os crematórios , tenha juízo senhora Ministra do falhanço das medias de contenção , é preciso mais . O uso de máscara só vai camuflar a situação , o vírus está na máscara o sujeito toca com a mão na máscara e de seguida toca numa superfície e o vírus transfere-se para lá e permanece até 9 dias ... à espera de um inocente compre o bilhete de Ida para o inferno a arder hoje em chamas . Espero não ver em Portugal os números de Itália ou Espanha , mas andam muitos tipos e tipas com uma vontade de cheirar carne humana queimada , talvez com lembranças da Guerra Civil Espanhola e herança de genes fascistas , já nem falo de Hitler pois está hoje bem encarnado pelo vírus geneticamente modificado pelos seus legados , 30000 bases do genoma , por azar só duas proteínas desconhecidas ... pudera , a chave do mistério está nessas duas inexistentes naturalmente na vida dos seres ancestrais , como dizem uns .
  • Cidadao
    12 abr, 2020 Lisboa 16:31
    Uma das coisas que podem fazer, é imitar o governo Regional da Madeira e enviar máscaras pelos CTT e já agora, gel desinfetante, pois nas farmácias nada se encontra e o pouco que aparece, é disponibilizado pelos abutres de serviço que hiper-inflacionam os preços.

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