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Balanço DGS

Ministra da Saúde alarga recomendação do uso de máscaras a várias profissões

04 abr, 2020 - 12:30

Marta Temido anuncia a criação de uma comissão de acompanhamento da resposta nacional de medicina intensiva e a ativação os gabinetes de crise de saúde mental.

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A Ministra da Saúde reiterou o conselho para o uso de máscara em ambiente hospitalar e alargou a recomendação a outros profissionais. Em conferência de imprensa, Marta Temido elencou quem a deve utilizar.

"Aconselha-se a todas as pessoas com sintomas e que trabalhem em instituições de saúde. Os equipamentos de proteção individual como máscara e luvas estão também aconselhados a profissionais ou pessoas que possam entrar diretamente em contacto com doentes suspeitos ou confirmados, doentes imunossuprimidos, os doentes oncológicos e em outras situações específicas, como elementos das estruturas prisionais, forças militares e profissionais que trabalhem em estabelecimentos de primeira necessidade e que estão a atender ao público", diz.

Durante a conferência da DGS anunciou ainda a criação de uma comissão de acompanhamento da resposta nacional de medicina intensiva e ativou os gabinetes de crise de saúde mental.

Correção nos dados dos óbitos

Marta Temido fez ainda vários esclarecimentos em relação à correção de dados nos óbitos, relativamente a três alterações do boletim epidémico deste sábado.

"Na região do Alentejo constava um óbito e hoje zero, havia mais um óbito no grupo masculo dos 50 aos 59 anos e no feminino dos 70 aos 79. Isto decorre depois do resultado laboratorial ter decretado que não foi uma morter associada à Covid-19", explica.

Nos dados entre 21 de fevereiro a 16 de março, a ministra revela que, em Portugal, cada pessoa "infetava, em média, 1.81 pessoas, que mostra que a doença estava a crescer, mas com uma taxa de casos secundários já inferior ao que tivemos".

Isto significa que cada pessoa infetada “contagiava em média um pouco menos de duas pessoas”, mostrando que “o surto estava a crescer, mas que estávamos com uma taxa do número de caso secundários resultantes de um caso infetado já inferior àquilo que já tivemos”, segundo a ministra.

Marta Temido ressalvou que “é evidente que todas estas estimativas estão sujeitas a um elevado grau de incerteza”, mas estes dados mostram que há “um resultado inequívoco” que todos os esforços precisam de continuar e ser no sentido de reduzir a transmissão.

Governo quer evitar desvio de ventiladores

Portugal terá cerca de 1500 novos ventiladores e o governo quer evitar o desvio dos ventiladores. Marta Temido explica que 144 ventiladores chegarão ao país no domingo.

"Em lista para entrega temos 1298 ventiladores invasivos e 140 não invasivos. 144 chegam já amanhã. O voo estava a sair do local de origem, esperamos que chegue tudo de acordo com o que foi encomendado. O mercado está a funcionar num contexto de grande pressão e agressividade. Têm acontecido alguns desvios, mas com apoio queremos garantir que todos cheguem em segurança. Última entrega está prevista para meados de abril", diz.

Marta Temido esclarece que é preciso continuar a manter as medidas de contenção para evitar a propagação do vírus no país.

"O balanço é de grande responsabilidade dos portugueses, que ficaram em casa, e também de responsabilidade dos profissionais de saúde, que continuam a assegurar que os cuidados de saúde são prestados. O balanço leva a concluir que isto não é uma corrida de 100 metros, mas sim uma longa maratona. Precisamos de continuar a aplicar as medidas de contenção", termina.

80 mil zaragatoas e 260 mil testes

A ministra da Saúde disse que estão a ser distribuídas 80 mil zaragatoas e 260 mil testes para diagnóstico da covid-19, o que vai dar resposta à falta deste material nos serviços públicos e privados.

“Temos neste momento em entrega 80 mil zaragatoas e 260 mil testes. Isto é relevante porque nos últimos dias temos tido falta de zaragatoas, seja em entidades públicas, seja em entidades privadas”, disse Marta Temido na conferência de imprensa que se realiza diariamente na Direção-Geral da Saúde (DGS).

A ministra avançou que, entre 1 de março e 1 de abril, foram realizados 88.497 testes de diagnóstico à covid-19, 53% dos quais em ambiente público e 47% no privado.

“Só no dia 01 de abril foram processadas 9.041 amostras para diagnóstico de SARS-CoV-2, este foi o dia com maior número de amostras para diagnóstico processadas”, precisou.

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  • Maria Oliveira
    04 abr, 2020 15:55
    Nem a Ministra, nem a Directora-Geral dizem a verdade sobre o uso das máscaras. A verdade é: não há máscaras suficientes para todos. Como bem referiram os directores das Faculdades de Medicina, o uso das máscaras permite evitar o contágio. Deve dizer-se a verdade sob pena de perderem o crédito. É o que acontece porque já ninguém as ouve. O mesmo se diga do Dr. George, antigo dgs. Este ousou criticar o operador de câmara por usar máscara. São um susto!

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