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Coronavírus

Covid-19. Abastecer de comida e máscaras? “De todo!”, diz Graça Freitas

29 fev, 2020 - 10:31 • Filipe d'Avillez

A diretora-geral da Saúde afasta já o “primeiro cenário” que indicava a possibilidade de um milhão de doentes em Portugal e afasta alarmismos. “Não vamos todos adoecer ao mesmo tempo e há mecanismos solidários entre a família.”

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Os portugueses não devem abastecer de bens alimentares e outros, na expetativa da chegada da epidemia da nova estirpe de coronavírus, Covid-19, ao país, explica Graça Freitas.

Em conferência de imprensa este sábado de manhã a diretora-geral da Saúde foi muito clara quando uma jornalista lhe perguntou se os cidadãos devem tomar precauções e acorrer aos supermercados para abastecer de comida.

“De todo! De todo!”, disse Graça Freitas, acrescentando o exemplo das máscaras.

“Não é preciso ir a correr à procura de máscaras e entrar em pânico. Não recomendamos máscaras para a população geral. As máscaras são para os doentes. Os doentes é que devem usar, mais os médicos, enfermeiros que têm de tratar os doentes e que pela proximidade podem-se infetar. Não estamos a recomendar o uso de máscaras.”

“As pessoas queixam-se que não há mascaras. Há mascaras para quem precisar. Estamos obviamente a guardar uma reserva para quem precisa”, explicou.

Sobre a necessidade de alimentos, deu o exemplo do que se passou consigo há décadas. “Eu tive a gripe pandémica de 1968, tivemos todos doentes em casa, durante uns dias, mas não foi preciso ir abastecer. Não vamos todos ficar doentes no mesmo dia à mesma hora. As pessoas não adoecem todas á mesma hora e quem está bem cuida de quem não está. Há mecanismos solidários entre a família, vizinhos”, afirmou.

Cenário de um milhão de infetados descartado

Graça Freitas foi questionada ainda sobre o cenário que a própria tinha avançado, em entrevista ao jornal "Expresso", de que Portugal poderia chegar a ter um milhão de infetados. Foi apenas um cenário, e o primeiro de vários. Os mais recentes, garante, já com informação mais precisa, são mais positivos, disse, embora não avançasse números.

"Afasto completamente. Já vamos no quarto cenário e os dados são cada vez mais favoráveis e o grau de incerteza é cada vez menor", afirmou Graça Freitas em conferência de imprensa, em Lisboa, explicando que a hipótese de um milhão de portugueses poder vir a ser infetado tinha na base uma taxa de ataque para a gripe A, de 2009.

Portugal continua sem qualquer caso confirmado de Covid-19. Os muitos casos suspeitos que foram reencaminhados para os hospitais deram todos negativo para esta estirpe.

Contudo, as autoridades continuam a preparar-se para a chegada quase inevitável da doença ao país e para isso já alargaram os serviços disponíveis, incluindo o número de pessoas a trabalhar nas linhas de saúde, as ambulâncias destinadas a transportar casos suspeitos e os hospitais. Neste momento, para além dos três hospitais que foram inicialmente marcados para acolher casos suspeitos de Covid-19 há mais dois em Portugal continental, o Santo António e o Hospital Pediátrico de Coimbra, e um em cada uma das regiões autónomas. Para além destas há outras em estado de prontidão, para um total de 12.


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Estado cuida dos seus

Por fim, Graça Freitas assegurou que em casos em que as pessoas optem por ficar em isolamento profilático voluntário, uma vez que a legislação portuguesa não prevê a possibilidade de quarentena compulsiva, ou mesmo em casos de doença efetiva, ninguém será prejudicado em termos laborais.

A diretora-geral da Saúde disse que tem estado em contacto com o Governo e que os direitos das pessoas estão garantidos. “O Estado cuida dos seus. As pessoas que ficarem em isolamento voluntário terão toda a proteção do estado quanto aos seus direitos laborais. O mesmo para quem ficar doente.”

“Esperamos todos que esta epidemia não venha, mas se vier vamos ter de estar preparados e tranquilos”, concluiu a diretora-geral.

[Notícia corrigida às 12h42]

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  • 29 fev, 2020 11:02
    A mulher esta maluca! Parece que temos a gripe em portugal!

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