24 jan, 2020 - 23:39 • Redação
Fonte policial negou inicialmente, mas ao final da noite confirmou mesmo: o motorista da Vimeca que esta sexta-feira foi agredido “com gravidade” em Massamá, na Avenida 25 de Abril, é o mesmo que no passado domingo, na Amadora, denunciou à polícia que a filha de Cláudia Simões viajava sem bilhete e que a mulher o terá ameaçado e injuriado. Fonte da PSP disse à Renascença que o motorista vai continuar internado nos próximos dias.
"Pelas 21h, em Massamá, um motorista que estava a fazer uma pausa depois de ter acabado um trajeto, e estava a preparar-se para iniciar o trajeto de volta, sofreu um ataque, ficando ferido. Ocorreram agressões físicas, não há qualquer ataque com arma branca ou arma de fogo. O senhor ficou ferido com alguma gravidade e foi transportado para o hospital. Trata-se do mesmo cidadão que esteve envolvido na situação na Amadora, e que solicitou o apoio da polícia, que depois teve a intervenção", disse à Renascença o subintendente Nuno Carocha.
A denuncia acabaria por resultar em acusações de agressão de parte a parte, quer da mulher luso-angolana, quer do polícia que a deteve – e que garante ter sido mordido.
Segundo a direção nacional da PSP, a agressão desta noite ocorreu quando o motorista estacionou o autocarro numa paragem em Massamá, se deslocou a um café e, entretanto, se preparava para regressar ao autocarro e iniciar nova viagem.
As autoridades não confirmam, por agora, se a agressão terá partido de um ou mais indivíduos, e diz que não tem encontrou indícios de que se trata de algum tipo de retaliação face ao que aconteceu domingo, mas garante que já “referenciou algumas pessoas” e prepara agora uma "reação policial".
Quanto ao motorista, “agredido com uma pancada na cabeça”, o mesmo foi transportado para o hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
No domingo, Cláudia Simões, de 42 anos e mãe de quatro filhos, foi detida numa paragem de autocarro, na Amadora, depois de um desentendimento com o motorista do autocarro, agredido na noite de sexta-feira, supostamente porque a filha não transportava o passe. Segundo o relato de Cláudia Simões, o motorista chamou um agente da PSP que ali passava, tendo sido abordada “agressivamente” e o seu telemóvel foi atirado para o chão.
A mulher, que, entretanto, foi constituída arguida, contou que sofreu agressões num carro da PSP, onde garante ter sido esmurrada e alvo de ofensas verbais antes de ser assistida no hospital Fernando Fonseca, na Amadora.
Na quarta-feira o ministro da Administração Interna (MAI) ordenou a abertura de um inquérito sobre a atuação policial no caso da detenção de Cláudia Simões, que resultou numa denúncia contra o polícia de serviço.
[Notícia atualizada sábado, às 19h20]