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Identificar e tratar asma nas crianças pode ficar mais fácil graças a investigação portuguesa

16 jan, 2020 - 10:08 • Lusa

Foram avaliadas 186 crianças da cidade do Porto. Objetivo: perceber se as moléculas de RNA estavam associadas à presença de sintomas de asma.

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Um grupo e investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) identificou um grupo de moléculas associadas à asma, que ajudam no diagnóstico e podem contribuir para um tratamento mais personalizado. De acordo com os cientistas, estas moléculas são detetadas de uma forma simples e não invasiva: na análise do condensado do ar exalado pelas crianças.

O estudo, desenvolvido no âmbito do projeto ARIA e publicado na revista científica 'PLOS ONE', surgiu da "necessidade de encontrar biomarcadores que diagnosticassem adequadamente as crianças com asma", disse Francisca Mendes, investigadora do ISPUP.

Apesar de ser "escassa a investigação" sobre o papel dos microRNAs [moléculas de RNA que existem no organismo e modulam a maioria dos processos biológicos", enquanto "potenciais biomarcadores" para diagnosticar a asma, foi neles que a investigação se centrou.

De acordo com Francisca Mendes, os investigadores avaliaram 186 crianças, entre os 7 e 12 anos, de 20 escolas primárias públicas da cidade do Porto, com o intuito de perceber se estas moléculas "estavam associadas à presença de sintomas de asma".

"Ao analisar individualmente os microRNAs, verificámos que estes estavam associados, negativa ou positivamente, a alguns fenótipos, nomeadamente à presença de sintomas de asma nos últimos 12 meses e também à presença de sintomas respiratórios nos últimos três meses, como a tosse irritativa e a dificuldade em respirar", explicou.

À Lusa, a investigadora afirmou que o estudo, ao mostrar que a análise de microRNAs no "condensado do ar exalado de crianças" se trata de "um método simples, seguro e não invasivo", revela que estas moléculas podem ser usadas como "potenciais biomarcadores da asma", podendo orientar o tratamento de forma mais personalizada.

"A investigadora salientou também que esta investigação, ao centrar-se na medicina de precisão, poderá ser um contributo para auxiliar os médicos a "ajustar" as terapêuticas ao doente.

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