Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Tem um carro importado depois de 2007? O Fisco pode dever-lhe dinheiro

05 jan, 2020 - 09:58 • Filipe d'Avillez

O Imposto Único de Circulação foi cobrado em excesso para carros importados, contando a idade do carro com base na emissão da matrícula portuguesa e não a original. O erro pode custar caro ao fisco.

A+ / A-

A Autoridade Tributária pode ter de devolver o Imposto Único de Circulação cobrado a mais aos proprietários de dezenas de milhares de veículos.

Um contribuinte processou o Estado depois de o fisco lhe ter cobrado IUC a um carro importado da Alemanha como se o veículo fosse de 2007, quando na verdade a primeira matrícula tinha sido emitida no país de origem em 1998.

Agora, o fisco reconhece que o cálculo usado é ilegal e vai pagar o valor cobrado em excesso, com juros, num total de mais de mil euros.

Segundo o jornal Público, que deu a notícia este domingo de manhã, este erro afeta dezenas de milhares de carros desde 2007, podendo obrigar as finanças a ter de devolver o que cobrou a mais a todos os respetivos contribuintes.

Ainda segundo o Público, os contribuintes apenas podem reclamar o valor pago em excesso ao longo dos últimos quatro anos, uma vez que a lei coloca esse prazo como limite para reclamações fiscais.

Para o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro, contactado pela Renascença, devia ser o Estado a tomar a iniciativa de devolver o dinheiros aos cidadãos, mas provavelmente não o irá fazer.

"O que o Estado e a Administração Fiscal deviam fazer automaticamente era devolver o dinheiro. Como provavelmente não o vai fazer o Ministério Público ou a Provedoria de Justiça deviam obrigar a Administração Fiscal a fazê-la. Se nenhum dos três o fizer, o cidadão deve então pôr um processo em tribunal porque infelizmente, para obter aquilo a que tem direito da parte do Estado, tem de recorrer à justiça."

"Devia haver o direito de as pessoas em Portugal se poderem juntar para processar o Estado. Infelizmente isso não está previsto na Justiça, de propósito para impedir este tipo de situações", lamenta ainda o fiscalista.

[Notícia atualizada às 10h44]

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+