28 out, 2019 - 19:07 • Isabel Pacheco
Em Portugal, apenas 30% dos doentes em fim de vida têm acesso a cuidados paliativos. O número é avançado por Isabel Galriça Neto, que garante que “há muita gente que precisa de cuidados paliativos e não os tem”.
“Temos dezenas de milhares de portugueses a carecer de cuidados paliativos e não temos mais de 30 % dos doentes a ter esta resposta”, diz a especialista, que aponta o dedo aos organismos públicos “mais preocupados” com os cortes do que com a “resposta humanizada para os doentes”.
As consequências desses cortes são duas, alerta a médica, a “sobrecarga dos cuidadores e a desumanização dos cuidados de saúde”, conclui.
A antiga presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos e ex-deputada do CDS pede, por isso, mais “empenho e esforço do governo” porque, explica, “para se eliminar o sofrimento não se elimina o que sofre”. Essa, diz, “não é, seguramente, a resposta que a sociedade precisa”, remata.
Os aspetos científicos e humanos dos cuidados paliativos vão estar em debate nas Jornadas que vão decorrer em Lisboa e em Fátima.
A iniciativa, que acontece a 16 e 17 de março, resulta da organização conjunta da Academia Pontifícia para a Vida, da Conferencia Episcopal Portuguesa e da Associação de Médicos Católicos.