Tempo
|
A+ / A-

Relatório. Nunca se gastou tanto em horas extraordinárias na saúde

24 set, 2019 - 07:59 • Redação

Ministério da Saúde aumentou em 25% a despesa com horas extra em 2018. Trata-se do valor mais alto de sempre.

A+ / A-

Veja também:



O Ministério da Saúde aumentou em 25% a despesa com as horas extra no ano passado: foram feitas mais de 13 milhões de horas de trabalho suplementar: Segundo o Relatório Social do Ministério da Saúde e do Serviço Nacional de Saúde, divulgado pela imprensa esta terça-feira, no total a despesa com a saúde subiu para mais de 263 milhões de euros.

De acordo com estes números, há um acréscimo de 11% em relação a 2017, o que se pode explicar pela falta de recursos humanos e pela aplicação das 35 horas semanais de trabalho.

De resto, são os enfermeiros que mais horas extra fazem, embora também tenha aumentado a despesa com médicos contratados à hora.

A despesa com os médicos contratados à hora atingiu os 105 milhões de euros em 2018 – a maioria presta serviço nas urgências e um terço não tem especialidade.

Em média, os médicos tarefeiros receberam 29 euros por hora, acima dos valores de referência previstos na lei (22 euros para não especialistas e 25 para especialistas).

O Centro Hospitalar e Universitário do Algarve foi o que mais contratou em regime de prestação de serviços, seguido do Centro Hospitalar do Médio Tejo, do Centro Hospitalar do Oeste, da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

De acordo com este relatório, o absentismo nunca foi tão alto: no ano passado a taxa atingiu os 11.4%, o que dá um total de 3,97 milhões de dias de trabalho perdidos. As greves dos enfermeiros contribuíram significativamente para esta subida, mas, no topo dos motivos para as ausências estão a doença e o gozo do direito de proteção na parentalidade.

No mesmo período, trabalhavam no Serviço Nacional de Saúde 3.163 profissionais estrangeiros, a maioria dos quais de nacionalidade espanhola, seguidos de brasileiros e angolanos.

À Renascença, o presidente da Associação de Administradores Hospitalares não se mostra surpreendido com estes números e deixa um apelo. “Isto cria uma sobrecarga nos profissionais, gastando-se mais dinheiro e, no limite, coloca em causa a qualidade dos cuidados prestados. O apelo é de que os hospitais tenham a possibilidade de contratar profissionais, neste caso de enfermagem, pelo menos, em igual número às horas extraordinárias”, diz Alexandre Lourenço.


Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+