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Novos imigrantes duplicaram em 2018. Maioria vem do Bangladesh e Nepal

28 jun, 2019 - 09:43 • Celso Paiva Sol com Lusa

Pedidos de nacionalidade portuguesa atingem valor mais elevado em meia década. Cidadãos oriundos do Bangladesh aumentaram 165% face a 2017, totalizando 5.325 cidadãos.

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Mais de 93 mil estrangeiros adquiriram novas autorizações de residência em Portugal em 2018, com o número a aumentar 51,7% em relação a 2017. Entre os novos imigrantes destaca-se os cidadãos oriundos do Bangladesh e Nepal, segundo um relatório do SEF divulgado esta sexta-feira.

“No que diz respeito ao fluxo migratório, mantém-se a tendência de subida de novos títulos emitidos (93.154), com um aumento de 51,7% face ao ano anterior (61.413) e perto do dobro em relação a 2016 (46.921)”, indica o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA) de 2018, divulgado por ocasião do 43.º Aniversário do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que hoje se assinala.

O relatório sustenta que este aumento é explicado em grande medida pelo crescimento do número de nacionais da União Europeia a residir em Portugal (33,7% do total).

Apesar de as nacionalidades mais relevantes que adquiriram novos títulos em 2018 serem a brasileira (28.210), italiana (6.989), francesa (5.306) e britânica (5.079), os cidadãos oriundos do Bangladesh aumentaram 165,1% no ano passado face a 2017, totalizando 5.325.

O RIFA indica também que os cidadãos oriundos do Nepal aumentaram 141,2% no ano passado (11.489) e os indianos subiram 127,3% (11.393), bem como os venezuelanos, que cresceram 83,2% (4.740).

Segundo o mesmo documento, os motivos mais relevantes para atribuição de novas autorizações de residência foram o reagrupamento familiar, o exercício de uma atividade profissional e o estudo.

No âmbito do regime especial de autorização de residência para atividade de investimento (ARI), conhecido por ‘vistos gold’, o relatório refere que em 2018 foi concluída a instrução com decisão favorável de 1.409 processos de ARI e de 2.500 referentes a reagrupamento familiar.

No final de 2018 foram ainda emitidos 1.256 primeiros títulos de residência a investidores e 2.292 a familiares.

Segundo o SEF, o investimento total realizado ascendeu a cerca de 848 milhões de euros, dos quais aproximadamente 762 milhões de euros referentes às 1.332 operações de aquisição de imóveis.

As 72 operações de transferência de capital em valor igual ou superior a um milhão de euros totalizaram cerca de 76 milhões de euros e no ano passado foram concedidas cinco ARI pela criação de pelo menos 10 postos de trabalho.

Brasileiros lideram pódio, Governo está satisfeito

Contas feita, no final de 2018 havia mais de 480 mil estrangeiros a viver em Portugal, mas somando aos que entretanto já se registaram durante o ano em curso foi ultrapassada a barreira histórica de meio milhão.

O Brasil, com mais de 100 mil cidadãos, é o país com a maior comunidade, seguido de Cabo Verde, Roménia e Ucrânia - cada um destes países com comunidades a rondarem as 30 mil pessoas.

Face aos números, o Governo mostra-se satisfeito, com o Ministério da Administração Interna a aproveitar para referir que Portugal precisa de entre 50 a 75 mil novos residentes estrangeiros por ano, pelo que esse objetivo foi cumprido em 2018.

"Assumimos a prioridade que é dada a uma política de migração segura, ordeira, legal, que antecipa aquilo que são as necessidades de um país que, para manter a sua população ativa e para combater aquilo que é o efeito da evolução da demografia vai precisar de entre 50 a 75 mil novos migrantes em cada ano e que em 2018, pela primeira vez, conseguiu com cerca de 60 mil novas autorizações de residência que foram concedidas", referiu o ministro Eduardo Cabrita.

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