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SPA lamenta morte de Ruben de Carvalho, "um dos mais influentes musicólogos portugueses"

11 jun, 2019 - 16:04 • Lusa

Histórico dirigente do PCP tinha também carreira ligada à música e à cultura. Foi distinguido com o Prémio Pró-Autor, da Sociedade Portuguesa de Autores, em 2014.

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A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) lamentou hoje a morte, aos 74 anos, de Ruben de Carvalho, “um dos mais influentes musicólogos portugueses, com uma carreira e um grau de influência que muitos autores reconheceram ao longo de décadas”.

A SPA recordou que o histórico dirigente do Partido Comunista Português (PCP), que foi também jornalista, historiador, musicólogo e programador cultural foi distinguido com o Prémio Pró-Autor da cooperativa no Dia do Autor de 2014, designadamente pela forma como coordenou artisticamente a Festa do "Avante!".

Por outro lado, assinalou a sua intervenção enquanto chefe de redação do "Avante!", vereador da Câmara de Lisboa e deputado na Assembleia da República, eleito pelo distrito de Setúbal.

Ruben de Carvalho integrava ainda, por proposta da SPA, o júri do Prémio Carlos Paredes, atribuído anualmente pela Câmara de Vila Franca de Xira.

Nascido em Lisboa, em 1943, Ruben de Carvalho foi chefe de redação da "Vida Mundial" e redator coordenador do jornal "O Século", tendo chefiado a redação do "Avante!" entre Abril de 1974 e Junho de 1995. Dirigiu, entre 1986 e 1988, a rádio local Telefonia de Lisboa, na qual realizou diversos programas.

O histórico dirigente do PCP mantinha atualmente um programa na Antena 1 da RDP, intitulado "Radicais Livres", em parceria com o comentador Jaime Nogueira Pinto. Antes, no mesmo canal, produziu o programa “Crónicas da Idade Mídia”, com Iolanda Ferreira.

Foi figura preponderante na organização da Lisboa 94-Capital Europeia da Cultura, recordou a SPA em comunicado.

O seu nome está associado aos primeiros concertos públicos, em Portugal, de artistas como Chico Buarque, Dexys Midnight Runners e Pete Seeger, cujo concerto no antigo Pavilhão dos Desportos/Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, em 1983, seria editado em disco.

Conhecedor dos blues norte-americanos e das suas origens e tradição, escreveu em Portugal sobre o fado, títulos como "As Músicas do Fado" (1994), Histórias do Fado (1999) e "Um Século de Fado" (1999).

Membro do Comité Central do PCP, Ruben de Carvalho passou pelas prisões da ditadura e participou na Guerra Colonial.

Foi ainda membro das “comissões juvenis de apoio” à candidatura do general Humberto Delgado e chefe de gabinete de Francisco Pereira de Moura, economista, dirigente do antigo MDP/CDE, quando este foi um dos três ministros sem pasta, no I Governo Provisório, após o 25 de Abril de 1974.

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