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Ativistas promovem "protestos ruidosos" contra violência doméstica em 5 cidades

12 fev, 2019 - 15:18

A iniciativa é da "Rede 8 de março", um coletivo de organizações feministas, que marcou ações Braga, Porto, Coimbra, Aveiro e Lisboa.

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A "Rede 8 de março", um coletivo de organizações feministas, vai organizar, no Dia dos Namorados, vários “protestos ruidosos”, em cinco cidades do país, contra o silenciamento da violência doméstica, pelas vítimas, mas também contra a violência no namoro.

Em comunicado, a orgamnização anuncia que estão marcadas ações de protesto no Porto, Braga, Coimbra, Aveiro e Lisboa, sendo que no Porto haverá uma ação de sensibilização e de visibilização sobre violência doméstica, “por todas [as mulheres] que tombaram, por todas as que sobreviveram, por todas as que vivem este inferno”.

O coletivo de organizações feministas lembra que quinta-feira é o Dia dos Namorados e aponta que há estudos sobre violência no namoro que demonstram que “uma parte significativa dos e das jovens não reconhece situações tipificadas como violência”, alertando que “a violência se encontra ainda perfeitamente naturalizada e legitimada”.

“É um sinal de alarme que deve soar bem alto, porque estes dados revelam que os comportamentos abusivos começam desde muito cedo”, destacam, lembrando que neste ano já foram assassinadas 10 mulheres em Portugal.

Defendem que “nenhum país decente pode encolher os ombros perante uma tragédia que a cada dia soma mais vítimas” ou “pode considerar normal que 85% das queixas sejam arquivadas”.

“Nenhum país decente pode aceitar que as mulheres sobreviventes que conseguem levar o seu caso a tribunal sejam humilhadas por juízes como Neto de Moura”, criticam, referindo-se ao caso do magistrado do Tribunal da Relação do Porto, autor de um acórdão em que minimizou um caso de violência doméstica pelo facto de a mulher agredida ter cometido adultério.

Apontam que, como parte do país, não se podem calar e que, por isso, levantam a voz para lembrar as vítimas, mas também as sobreviventes e para chamar a atenção e denunciar a naturalização e a legitimação da violência.

“Levantamos a voz para dizermos que não aceitamos nem Ministério Público e Polícia laxistas, nem Tribunais machistas. Levantamo-nos para exigir medidas de combate à violência”, adiantam, acrescentando que “é urgente” uma aposta séria na formação e uma fiscalização à forma como a lei de prevenção e combate à violência doméstica é aplicada.

“Levantamos a voz ruidosamente, porque não aguentamos o silêncio”, acrescentam.

A plataforma "Rede 8 de março" existe desde 2011 e integra mais de 30 associações e sindicatos que têm como objetivo organizar uma greve feminista nacional no Dia Internacional da Mulher, que se assinala no dia 8 de março, com manifestações por todo o país, à semelhança do que aconteceu no ano passado em Espanha.

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