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Operação Fizz

PGR confirma inquérito autónomo a Proença de Carvalho e ao banqueiro luso-angolano Carlos Silva

01 fev, 2019 - 13:26 • Tiago Palma

Ex-procurador Orlando Figueira, condenado por corrupção na Operação Fizz, indicou à PGR 15 pessoas que devem ser investigadas num processo autónomo depois dos factos que ficaram provados em tribunal.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou esta sexta-feira a abertura de um inquérito autónomo para investigar a alegada participação do advogado Proença de Carvalho e de Carlos Silva, presidente do BPA Angola e Europa, no caso de corrupção que envolve o ex-procurador Orlando Figueira e o ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente.

A notícia foi avançada pela RTP, que revela ter acedido ao requerimento (entregue na PGR há mais de um mês) de Orlando Figueira que desencadeou o inquérito, e entretanto confirmada pela própria PGR.

Orlando Figueira, condenado por corrupção na Operação Fizz, indica o nome de 15 pessoas (individuais e coletivas) que devem ser investigadas num processo autónomo depois dos factos que ficaram provados em tribunal.

E é entre esses nomes que surge o de Daniel Proença de Carvalho, por branqueamento de capitais, e o de Carlos Silva, tammbém por branqueamento de capitais e corrupção.

Entretanto, Proença de Carvalho já reagiu à abertura do inquérito e classificou como “denúncia caluniosa” e tentativa de "instrumentalização" do Ministério Público a participação contra si feita pelo ex-procurador condenado na Operação Fizz.

Em comunicado, o advogado afirma que o ex-procurador revela um “comportamento próprio de um mentiroso compulsivo” e que “a insistência nas mentiras só pode ser vista à luz de uma obsessão doentia ou uma estratégia processual”.

Durante o julgamento, Orlando Figueira insistiu sempre na tese de que, depois de ter saído do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), tinha sido contratado pelo banqueiro luso-angolano Carlos Silva para ir trabalhar como assessor jurídico para Angola, e que o cancelamento do seu contrato de trabalho tinha sido efetuado pelo advogado Proença de Carvalho, com quem tinha feito um “acordo de cavalheiros”.

Ouvidos como testemunhas em julgamento, Carlos Silva e Proença de Carvalho negaram tais factos.

Orlando Figueira foi condenado a seis anos e oito meses por corrupção passiva qualificada, branqueamento de capitais, violação do segredo de justiça e falsificação de documentos.

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  • FIlipe
    01 fev, 2019 évora 21:15
    Em determinados países existem advogados que são o elo de ligação com a magistratura judicial e toda a sua corrupção envolvida e esquemas de partilhas de receitas . Portugal é um país exemplar no respeitoso "vergar" perante poderes ....

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