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Salários dos professores vão aumentar quase 20% até 2023

02 nov, 2018 - 16:00

"Até 2023, teremos com o reposicionamento, com o descongelamento e com a reconstituição das carreiras um aumento de 19% dos salários, o que equivale aumento médio de 3,6% ao ano", diz o ministro Brandão Rodrigues.

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O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse, esta sexta-feira, no parlamento, que os salários dos professores deverão aumentar 20% até 2023.

"Daqui até 2023, teremos com o reposicionamento, com o descongelamento e com a reconstituição das carreiras um aumento de 19% dos salários, o que equivale aumento médio de 3,6% ao ano", disse Brandão Rodrigues, em resposta a uma pergunta durante a apresentação do orçamento para a área da Educação.

"Em 2023, teremos praticamente todos os docentes com duas ou mais progressões, atingindo muitos deles o topo da carreira. 90% dos docentes terão, em 2023, duas ou mais progressões e 32% terão, inconclusivamente, mais três progressões. Estas progressões irão traduzir-se num aumento do salário médio dos docentes de quase 20 por cento", precisou o ministro.

“O maior orçamento” dos últimos anos

Noutro momento do debate, Brandão Rodrigues sublinhou que este é “o maior orçamento” desde 2010 e avançou que investimento feito em cada aluno aumentou mais de 21% na atual legislatura.

"O Orçamento do Estado de 2019 alcança o maior investimento público em educação por aluno desde há oito anos”, declarou, lembrando que este valor vinha a descer desde 2010 e começou a subir “continuamente desde 2016”, sendo que, “em 2019, acumula uma evolução positiva nestes quatro orçamentos de mais de 21% de investimento em cada aluno”.

Tiago Brandão Rodrigues sublinhou ainda que o orçamento em discussão representa “o esforço da legislatura de aumentar em mais de 15% o investimento dos portugueses na Educação”, ao contrário do que aconteceu na anterior legislatura, em que houve “um corte de mais de 13%”.

“O orçamento do investimento público na Escola Pública aumenta, em 2019, pela quarta vez consecutiva e é, na verdade, o maior orçamento alocado à Educação desde há oito anos”.

Verba cresce, mas...

Apesar de reconhecer que a verba destinada à educação tem vindo a crescer, Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, questionou a equipa governativa se o orçamento para a Educação estaria a crescer tendo em conta as possibilidades do país, uma vez que se regista uma diminuição do seu peso no PIB.

Também a deputada do PSD Margarida Mano chamou a atenção para o mesmo assunto: “A despesa efetiva face ao PIB desce novamente, em qualquer dos anos está abaixo do rácio de 2015”, criticou.

A deputada criticou o facto de só aumentarem as rubricas relativas às despesas com pessoal assim como as despesas do gabinete do ministro.

“Em 2019, só o gabinete do Ministro da Educação gasta mais 16% do que em 2015, quando o mesmo gabinete acumulava as pastas da educação, da ciência e do ensino superior”, disse a deputada social-democrata.

“Aumentarem também as despesas com o seu gabinete, que são mais 16% do que em 2015, quando estavam lá as da ciência”, afirmou.

Também a deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa sublinhou que “o crescimento económico que existe não é revertido para a educação”.

“A educação claramente não é uma área de investimento e é tratada como uma área de consolidação orçamental”, criticou a deputada.

Em resposta, o ministro Tiago Brandão Rodrigues reconheceu essa diminuição do peso da educação em percentagem do PIB, mas sublinhou, em contrapartida, a quebra da natalidade.

“Se é verdade que não podemos neste momento ter um aumento relativo ao PIB temos tido uma diminuição muito considerável de número de alunos. Em percentagem de PIB o valor estagna, mas entre 2016 e 2019 temos uma diminuição muito considerável de alunos. Espero que o [crescimento do] PIB no futuro possa originar um ‘baby boom’”, disse.

Comentários
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  • Vasco Macedo
    04 nov, 2018 Coimbra 08:50
    Pessoalmente, já tenho dúvidas sobre tudo. Se nos prometem aumentos de 20-30%, deve ser para o recuperarem nos escalões de IRS.
  • Professor
    03 nov, 2018 ME 12:17
    Este individuo deve pensar que ninguém sabe fazer contas, ou que as mentiras panfletárias dele, não serão descobertas e desmentidas. O descongelamento - coisa que até o governo da Ditadura PSD-CDS-Cavaco Silva, prometeu - não significou subida para 3/4 dos professores, logo daí não houve qualquer aumento. O tempo de serviço imposto pela força bruta duma maioria parlamentar - e aqui pasmo de ver Bloco de Esquerda e PCP unidos nesta quebra de palavra dada e ao lado do PS-mentiroso - só "vale" após a subida imediata que pode levar 2, 3, 4 anos, e ainda resta saber se não será revogado por um futuro governo e nessa altura alguns professores "galgam" outros mais graduados que por um conjunto de circunstancias não subiram. No meio disto tudo, 3/4 dos professores continuam com os salários de há 10 anos, minto, com menos salário porque as tabelas de IRS e as contribuições para ADSE e CGA subiram todas. E já falei que os que foram "reposicionados" pelas alterações da Lurdinhas, 2 ou 3 escalões abaixo do que estavam, precisam de chegar aos 85 anos para atingir o topo de carreira, e isto se não houver mais quebras de contrato, leia-se truques sujos para poupar para mandar o dinheiro para a Banca para manter à tona, Bancos que faliram?
  • Anonimo
    02 nov, 2018 21:55
    Não é bem assim... Em 2010, estava no 2º escalão (em 10 escalões) e ganhava mais 120 euros. Afinal o descongelamento começou com 25% e agora está nos 50% e só em Dezembro de 2019 é que recebemos os 100% Os professores que subiram este ano... só lhes são reconhecidos os 2 anos, 4 meses e 2 dias quando voltarem a subir. Isso vai fazer com que os professores que sobem no ano que vem passem à frente de professores "mais graduados". Tenho 23 anos de serviço, estou agora no 3º escalão. Se se mantiver a situação atual na melhor das hipoteses chego ao 10º escalão quando tiver 77 anos e 4 meses... Por isso não me venham dizer que o aumento é de 20 ou 30%....

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