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​Marcelo ouve queixas em Monchique e pede compreensão sobre evacuações

11 ago, 2018 - 17:08

Presidente disse que o papel dos operacionais e da população foi "fundamental" para não haver vítimas mortais, sublinhando que a opinião pública está hoje "muito mais exigente em termos de segurança".

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O Presidente da República ouviu este sábado queixas de populares e um vereador em relação às operações de combate ao fogo em Monchique, no Algarve, e lembrou que a prioridade era proteger as populações, apelando à compreensão.

À saída de um 'briefing' no posto de comando da Proteção Civil, instalado no centro da vila, Marcelo Rebelo de Sousa foi interpelado por várias pessoas, entre as quais o vereador da Câmara de Monchique com o pelouro das obras públicas e particulares.

José Chaparro disse ao chefe de Estado que as pessoas eram retiradas "a mal" das suas casas pela GNR e apontou que "máquinas de rasto, militares e civis" estiveram três dias sem entrarem ao serviço por "falta de indicações" do comando da Proteção Civil.

"Houve descoordenação total. As pessoas que estavam à frente das operações nos 'briefings' não eram da terra e não conhecem o terreno. Andava tudo completamente às cegas", afirmou.

Um empresário, cujas propriedades e casas "arderam", queixou-se que na estrada do Alferce não ter visto qualquer carro dos bombeiros a ajudar ao combate e também deixou críticas à atuação dos elementos da GNR durante a evacuação das localidades.

"No geral estiveram bem, mas devia ter havido um pouco mais de bom senso na atuação junto dos populares", afirmou.

Sobre esta matéria, Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que o papel dos operacionais e da população foi "fundamental" para não haver vítimas mortais, sublinhando que a opinião pública está hoje "muito mais exigente em termos de segurança".

"Têm de compreender que, sem querer antecipar nenhum juízo, houve uma definição de uma prioridade, que foi, na medida do possível, proteger populações", afirmou, sublinhando que essa definição tem consequência, levando a "certas intervenções".

O Presidente alertou depois para o eventual cenário em que um operacional deixa de intervir atempadamente, tendo como consequência a morte de alguém: "'O senhor tinha a obrigação de intervir e evitar aquele morto ou aqueles mortos', é o que se dirá".

"Imaginam o que é o dilema de cada pessoa que intervém ponderar o grau e a forma de intervenção. Visto depois, com frieza, as pessoas dizem, atendendo às condições e situações, 'o tipo de intervenção foi drástico demais, incisivo demais, coercivo demais'?", acrescentou, defendendo que estas questões sejam analisadas posteriormente.

O chefe de Estado sublinhou ainda que "o tempo disponível para tirar as lições" dos incêndios do ano passado e para "montar mecanismos preventivos" era "muito limitado".

Um popular ligado à área da cortiça questionou Marcelo sobre se considera que a operação de combate ao incêndio tinha sido um "sucesso", mas o Presidente da República acabou por devolver a pergunta: "Como alguém que viveu por dentro, qual é a sua opinião?".

"A minha opinião é que não. Isto ardeu tudo, nós perdemos o concelho. Considero que foi uma derrota de toda a gente", respondeu.

Marcelo Rebelo de Sousa terminou pouco depois os contactos com a população, agradecendo as "intervenções", que classificou como "muito importantes", seguindo depois para uma visita às zonas atingidas.

Comentários
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  • Filipe
    12 ago, 2018 évora 12:14
    Nem a PIDE/DGS fazia barbaridades como hoje a GNR pratica em Portugal . As estruturas de comando estão entregues a gaiatos e gaiatas .
  • troia
    12 ago, 2018 lisboa 11:49
    Temos q considerar que evacuações evitaram mortes mas o combate ao incendio falhou.Os governantes na vez de crirem grandes zonas de corta fogos limitaram-se a aplicar uma lei das limpezas q não evita este tipo de incêndios mas recolheu e receitas indevidas.Nao são fachas nas estradas de 10 a 20 metros ou limpezas pontuais á volta de casas e aldeias q impedem progressão deste incêndios como ficou demonstrado.Deixem-se de coimar e atuem com faixas corta fogos de pelo menos 800 metros ou mais.Há zonas do País onde se não se intervir desta forma vao arder inexoravelmente.Quem passeia de norte a sul vê grandes zonas ardidas não recuperadas.Plano nacional amigo precisa-se.As coimas criam retaliação de voto e inimizades e ódio contra governantes e seus agentes.
  • fanã
    12 ago, 2018 aveiro 11:04
    Pedir compreensão , ao inaceitável que se tornou a "saga" de incêndios em Portugal ; é no mínimo INCOMPREENSÍVEL !!!!!
  • moisés
    12 ago, 2018 ranholas 08:35
    Chaparro disse ao chefe de Estado que as pessoas eram retiradas "a mal",Um empresário deixou críticas à atuação dos elementos da GNR durante a evacuação das localidades. Pelo que se viu a GNR esteve igual a si própria,sempre a força!......como eles gostam......

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