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Gaivotas são problema de saúde pública e é preciso prevenir, alerta especialista

03 ago, 2018 - 10:14

Um estudo científico revelou que as gaivotas que habitam no Porto tanto se alimentam de queques e carne na Baixa da cidade, como comem peixe ao longo do rio Douro até Pinhão (Vila Real) e vão à lota de Matosinhos.

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O presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISUP), Henrique Barros, admite que as gaivotas são um problema de saúde pública e sugere à população que deixe de dar alimento àquelas aves.

As “aves não são infelizes”, nem precisam que “se dê de comer à mão”, considerou Henrique Barros, defendendo a necessidade de uma maior prevenção junto à população para que coloque o lixo urbano nos locais convenientes.

“Se as pessoas tivessem cuidado de colocar o lixo nos sítios em que deve ser colocado, e depois os municípios tivessem o cuidado de o recolher convenientemente, e se as pessoas não promovessem a alimentação à mão às gaivotas," era uma forma de controlar o fenómeno, acredita aquele investigador na área da sáude pública.

O fenómeno da quantidade das gaivotas não é caso para alarmismos, mas a prevenção deve ser constante, reitera Henrique Barros.

“Não vale a pena fazer alarmismo, isto não é como o caso dos morcegos para aquela doenças infecciosas graves de África ou não é como a raiva. Não estamos a falar de coisas destas, mas é possível que havendo um grande desequilíbrio ecológico se criem condições para algumas dessas espécies [como as gaivotas] possam transformar-se em portadores de agentes infecciosos”, observou, recordando ainda a discussão em torno da “gripe das aves”.

“O que nós sabemos hoje em dia, isso é muito claro, é que quando mexemos nos equilíbrios ecológicos criamos problemas” e ao fazer essa mudança “criam-se condições para que possa ser introduzido ou que circule um agente que nós não estávamos à espera”, explica Henrique Barros, observando que as gaivotas deveriam andar a comer peixe no mar, mas não no lixo das cidades.

Um estudo científico revelou que as gaivotas que habitam no Porto tanto se alimentam de queques e carne na Baixa da cidade, como comem peixe ao longo do rio Douro até Pinhão (Vila Real) e vão à lota de Matosinhos.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Estudos das Aves (SPEA), o aumento de ataques de gaivotas no Porto pode explicar-se com o crescente número de restaurantes perto do rio Douro, uma consequência da elevada procura turística naquela área.

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  • 03 ago, 2018 15:46
    No centro comercial em cascais as gaivotas comem os resto que fica em cima das mesas da esplanada! E preciso alertar as pessoas para nao darem comida aos animais!
  • Vasco
    03 ago, 2018 Viseu 12:15
    Se as gaivotas tivessem de comer no mar, provavelmente não viriam para terra alimentar-se restos de comida, agora o que na realidade me parece extremamente difícil é descobrir porque motivo (s) haverá falta de peixe no mar, não é fácil não senhor. às tantas é por causa do plástico, das descargas poluentes etc. etc. e nunca se sabe até se não será o ser humano a contribuir para que tal aconteça. Pessoalmente não concordo e naquilo que muito sinceramente acredito é que a poluição dos mares esteja muitíssimo mais ligada à intervenção dessas gaivotas malandrecas do que à do ser humano. Não será assim?

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