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Eutanásia. Bastonários dos médicos vão pedir audiência a Marcelo

18 mai, 2018 - 07:20

Na carta conjunta, o atual e antigos responsáveis manifestam-se contra a despenalização da eutanásia.

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O atual e antigos bastonários dos médicos vão pedir uma audiência ao Presidente da República para apresentar uma carta conjunta em que se manifestam contra a despenalização da eutanásia e para o sensibilizar para o tema.

O pedido de audiência vai ser formalizado nos próximos dias e o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa servirá para apresentar a carta subscrita por seis bastonários sobre a despenalização da eutanásia, disse o atual bastonário Miguel Guimarães, à agência agência Lusa.

Na declaração dos vários bastonários, que foi divulgada logo em 2016, estes médicos opõem-se à despenalização eutanásia e manifestam-se contra o “suicídio farmacologicamente assistido.”

O parlamento vai discutir a 29 de maio quatro projetos de lei sobre a morte medicamente assistida ou a despenalização da eutanásia, projetos do PAN, Bloco de Esquerda, PS e Partido Ecologista Os Verdes.

Bastonário rejeita referendo interno

O bastonário da Ordem dos Médicos afirma que a despenalização da eutanásia não obrigaria a mudar o código deontológico dos médicos, ficando os clínicos que a praticassem também despenalizados da parte disciplinar.

Em declarações à agência Lusa a menos de duas semanas da discussão parlamentar sobre a eutanásia, Miguel Guimarães diz que "o código deontológico dos médicos não é mudado porque muda a lei" e rejeita a ideia da necessidade de um referendo interno sobre este assunto.

A questão do referendo à classe médica tinha sido defendida nomeadamente pelo anterior bastonário, José Manuel Silva.

"Os princípios éticos e deontológicos que norteiam a atividade médica, que estão expressos em vários documentos internacionais e nacionais, não têm que mudar quando uma determinada situação, como a despenalização da eutanásia, é aprovada em lei", argumenta o atual bastonário da Ordem.

Segundo Miguel Guimarães, a Ordem não fará qualquer referendo interno, sublinhando que no código deontológico ficam expressos os mesmos princípios éticos universais que não têm a ver apenas com a lei portuguesa.

"Se for despenalizada e porventura um médico praticar a eutanásia, o que há a fazer é despenalizá-lo da parte disciplinar. Passa a ser despenalizado disciplinarmente porque é despenalizado pela lei", reiterou.

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  • João Lopes
    23 mai, 2018 Viseu 15:26
    A eutanásia e o suicídio assistido continua a ser homicídio mesmo que a vítima o peça, tal como a escravatura é sempre um crime, mesmo que uma pessoa quisesse ser escrava! Com a legalização da eutanásia e do suicídio assistido, o Estado declararia que a vida de pessoas doentes e em sofrimento não lhe interessa, e não as protege. A eutanásia e o suicídio assistido são diferentes formas de matar. O parlamento, os tribunais, os hospitais, os médicos e enfermeiros, existem para defender a vida humana e não para matar nem serem cúmplices do crime de outros.
  • isabel
    18 mai, 2018 abrantes 12:05
    Nunca votarei num partido, cujos deputados deem o seu voto para legalizar a possibilidade de matar. Os deputados e todos os cidadãos preocupemo-nos em proporcionar bons cuidados a pessoas em sofrimento!

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