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Utentes protestam em Lisboa contra fecho das estações dos CTT

05 fev, 2018 - 14:47

“Reversão da privatização”, “só a reversão é a solução” e “privatização é roubo à população” foram palavras de ordem da manifestação, acompanhada por autarcas de Seixal, Odivelas e Loures.

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Dezenas de utentes das freguesias de Aldeia de Paio Pires (Seixal) e de Camarate e Apelação (Loures) manifestaram-se, esta segunda-feira, à porta da sede dos CTT, em Lisboa, contra o fecho das respetivas estações dos correios.

Ao mesmo tempo que, no exterior, as cerca de seis dezenas de utentes empunhavam cartazes com palavras de ordem contra o fecho das estações, os autarcas do Seixal, Loures, Odivelas, Alpiarça e Riba de Ave reuniam-se, no interior da sede, com o administrador executivo dos CTT, António Pedro Silva, responsável pela parte operacional das lojas.

Gritando “Reversão da privatização”, “Só a reversão é a solução” ou “Privatização é roubo à população”, os cerca de 60 utentes esperaram mais de uma hora que os seus representantes autárquicos trouxessem boas novas da reunião.

Sem “justificação racional”

À saída, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, adiantou aos jornalistas não ter sido dada “justificação racional” para o fecho das estações, considerando que se tratam “de critérios puramente economicistas”.

“Há uma total insensibilidade para com as populações e para com as empresas”, acusou o autarca, referindo que a administração dos CTT “está completamente alheia às necessidades e longe do interesse público”, além de estar a querer “passar os custos para outras entidades”.

Em declarações à Lusa, o presidente das coletividades do concelho do Seixal, mais propriamente da Aldeia de Paio Pires, considerou “injustificado este ato criminoso” de fechar a estação dos CTT.

Segundo Hélder Rosa, “grande parte” dos cerca de 15 mil habitantes daquela freguesia, já tem uma “idade um pouco avançada” e “dificuldades em se deslocar”, pelo que considera não haver “justificação [para o fecho], pois trata-se de uma estação onde a população se desloca abundantemente, assistindo-se a 15/20 minutos do tempo de espera”.

Também Manuel Amaral está contra o fecho da estação de Paio Pires, acrescentando que é “prejudicial à população” que até ela se desloca para “receber as suas pensões e fazer os pagamentos de eletricidade e água”.

“Já se previa que a privatização ia dar este resultado. Só interessa ao capital, a [administração dos CTT] é que está a usufruir dos lucros. Estes estão a ser mal repartidos, só pela administração e não pela população”, acusou.

Pela sua parte, Delfina Vitorino, que utiliza a estação dos CTT de Camarate, uma das 22 previstas para fechar, lembra que a mesma atende “uma média de 200 pessoas por dia”, servindo uma “população idosa que tem de passar a ir à estação mais próxima de Sacavém e não terá mobilidade para se deslocar a pé”.

“Muitas delas nem dinheiro tem para comprar o bilhete de cinco euros de camioneta”, afirmou, acrescentando que “não se justifica fechar uma estação quando se está a dar lucro. É uma sacanice o que estão a fazer à população pelo que vamos usar todas as nossas forças para que estação de Camarate não encerre”.

“Já se previa que a privatização ia dar este resultado. Só interessa ao capital, a [administração dos CTT] é que está a usufruir dos lucros. Estes estão a ser mal repartidos, só pela administração e não pela população”, acusou.

Pela sua parte, Delfina Vitorino, que utiliza a estação dos CTT de Camarate, uma das 22 previstas para fechar, lembra que a mesma atende “uma média de 200 pessoas por dia”, servindo uma “população idosa que tem de passar a ir à estação mais próxima de Sacavém e não terá mobilidade para se deslocar a pé”.

“Muitas delas nem dinheiro tem para comprar o bilhete de cinco euros de camioneta”, afirmou, acrescentando que “não se justifica fechar uma estação quando se está a dar lucro. É uma sacanice o que estão a fazer à população pelo que vamos usar todas as nossas forças para que estação de Camarate não encerre”

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