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Seguradoras compensaram "parte significativa" das famílias das vítimas dos fogos de Outubro

05 jan, 2018 - 09:08 • Sandra Afonso

A notícia é avançada à Renascença por João Freitas, um dos enviados da Associação Portuguesa de Seguradores, que, nos últimos meses, tem estado em contacto com as populações afectadas.

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João Freitas entrevistado por Sandra Afonso

As seguradoras já pagaram compensações a quase todas as famílias das 45 vítimas mortais dos incêndios de Outubro. A notícia é avançada à Renascença por João Freitas, um dos enviados da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) que nos últimos meses tem estado no terreno em contacto com as populações afectadas pela tragédia.

“Em termos de vítimas mortais temos praticamente identificados e analisados todos os processos dos incêndios de Outubro. Ainda nem todas as pessoas têm a compensação, mas uma parte significativa já a tem”, adianta o perito em seguros.

No final de 2017 faltavam avaliar seis dos 45 processos das vítimas mortais de Outubro. Os familiares já foram todos contactados e apenas casos pontuais estão por pagar, devido a situações processuais.

O processo de identificação dos feridos tem sido mais difícil e pode ainda não estar terminado, devido à extensão maior dos incêndios de 15 de Outubro, em comparação o fogo de Pedrógão Grande.

“Com todas as interrogações pela dificuldade que já aludi, em termos de feridos graves temos 10 a 12 neste momento, número que pode ainda subir, dado que há manifestamente algumas situações que nós não temos ainda conhecimento”, sublinha João Freitas.

O Fundo Solidário do sector segurador, reforçado para cerca de 3,5 milhões de euros, poderá não chegar para todos, porque quando se deu a tragédia de Outubro já estava a ser distribuído às vítimas dos incêndios em Pedrógão Grande e povoações vizinhas.

“Há uma parte significativa desse montante que já está atribuído. Provavelmente, os herdeiros das vítimas de Pedrógão Grande estão praticamente todos compensados e, em termos dos fogos de 15 de Outubro, o processo tem sido algo mais lento, não por força da comissão, mas por força da identificação dos feridos graves que tem sido bastante mais lenta”, diz João Freitas.

“Todos os feridos que nós identificámos em Pedrógão Grande foram compensados. Em relação aos feridos que nós estamos a identificar nos incêndios de Outubro, os critérios são os mesmos. Vamos fazer com que os feridos mais graves sejam compensados e depois avaliaremos os feridos menos graves e tentaremos que eles tenham também alguma compensação. Um ferido grave é alguém com cerca de 60% de incapacidade”, explica.

Nesta entrevista à Renascença, o perito esclarece que o Fundo Solidário não colide com seguros ou com a indemnização do Estado, e pode ser cumulativo. O fundo é destinado às vítimas, independentemente de terem ou não seguro válido.

João Freitas conta que foram detectados muitos proprietários com seguros das casas que não cobrem os sinistros a 100% e não acredita que as seguradoras aumentem os prémios na sequência dos incêndios do último Verão, uma vez que se trataram de casos inéditos, com consequências trágicas.

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  • Filipe
    05 jan, 2018 évora 16:50
    Então se bem percebo está instalado um Euromilhões , os euros chovem de todo o lado , mas é mesmo assim e antes também foi ? Será Portugal um país de igualdades = ? Só existiram fogos em Portugal a partir de 2017 ? Está qualquer coisa a falhar , no fim até pagam a quem ficou e desobedeceu a ordens de retirada , voltou por teimosia e agora as famílias , as alegadas famílias que nem se davam ou nem os viam faz anos , aparem para receberem o Euromilhões , tenham vergonha ! Já estão a pagar dinheiro mais ! Esqueceram outros e outras afetados por tragédias em Portugal , sejam incêndios ou inundações , por enquanto não temos vulcões activos !

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