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​Empresas de pirotecnia acusam António Costa de populismo

18 ago, 2017 - 20:04

Associação do sector diz que proibição absoluta de fogo-de-artifício por causados incêndios põe em causa centenas de empregos.

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A Associação de Empresas de Produtos Explosivos classifica como "desproporcional" e "populista" a decisão do primeiro-ministro de proibir a utilização de fogo-de-artifício, no âmbito da declaração de calamidade pública, avisando que isso põe em causa centenas de empregos.

A Associação Nacional de Empresas de Produtos Explosivos (ANEPE) diz, em comunicado, ter ficado preocupada com a medida anunciada por António Costa, de proibição absoluta do uso de fogo-de-artifício ou de qualquer outro material pirotécnico, no âmbito da declaração de calamidade pública com efeitos preventivos.

Para a associação trata-se de uma medida "desproporcional e desprovida do efeito prático que pretende".

"Trata-se de uma medida política e populista tomada sem que as suas consequências para esta indústria e seus funcionários tivessem sido devidamente ponderadas", lê-se no comunicado.

A ANEPE lembra que o atual quadro legislativo, definido no decreto-lei 124/2006, sobre "Foguetes e outras formas de fogo", já restringe a utilização do fogo-de-artifício ou de qualquer outro material pirotécnico com vista a proteger as florestas.

Aponta que "já é de todo interdito a utilização de foguetes e ou de outro tipo de pirotecnia nos espaços florestais", razão pela qual entendem que, ao anunciar esta nova proibição no âmbito da declaração de calamidade pública, António Costa aumenta a lista de lesados com os incêndios em Portugal.

"Ao tomar esta medida o governo vem acrescentar à lista de lesados dos incêndios florestais, as empresas de pirotecnia e seus funcionários que maioritariamente se encontram situadas nos concelhos do interior sendo em alguns concelhos dos principais empregadores", defende a ANEPE.

A associação lembra que as empresas pirotécnicas têm vindo a fazer um "grande esforço financeiro" para se adaptarem às várias alterações legislativas e "aumentar a segurança das suas instalações e funcionários".

"Na sequência desta medida, estimamos uma perda de volume de negócios de cinco milhões de euros, o que porá em risco cerca de 300 postos de trabalho efetivos", alerta a ANEPE.

A posição da associação surge depois de o primeiro-ministro ter hoje anunciado que a declaração de calamidade pública com efeitos preventivos, em vigor até segunda-feira às 24h00, traz a "proibição absoluta" da utilização de fogo-de-artifício ou de qualquer outro material pirotécnico "nas festas populares que têm lugar nesta época do ano".

A declaração de calamidade pública com efeitos preventivos vigente entre as 14h00 de hoje e as 24h00 de segunda-feira, em cerca de 155 concelhos do país das zonas centro e interior norte do país, acciona "todos os planos emergência de âmbito distrital e municipal dos concelhos abrangidos", revelou ainda o chefe de Governo.

Comentários
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  • fanã
    20 ago, 2017 aveiro 16:38
    Em vez da pirotecnia dediquem-se mas é a hidrotecnia !
  • Johnny
    19 ago, 2017 Lisboa 11:33
    Eu gostava de saber quantos fogos foram provocados por artefactos pirotecnicos ... contençao sim, mas dai a proibiçao total, acho mal. Em vez de se preocuparem com a limpeza das matas (esse sim o maior problema para alem do fogo posto), andam preocupados com cigarros, e foguetes.
  • André
    19 ago, 2017 Lisboa 11:26
    Compreendo que esta época seja um grande negócio para as empresas de pirotecnia, só que o calor com ventos fortes, mesmo com todas as medidas de segurança e o fogo ser lançado à noite, há sempre 1 fagulha que é levada. Com as coisas todas secas, pode iniciar um fogo. Apesar de ser um valor baixo, ao mesmo tempo os homícidas da floresta, grupo organizado que já terá ateado mais de 1000 fogos este ano, perdem uma das justificações para os fogos que começam próximos das aldeias onde existem festas. Acho que já toda a gente viu que estamos debaixo de um ataque de um grupo muito bem organizado que anda a colocar fogos tendo como objectivo provar que o governo é incapaz de lidar com 250 novos fogos diariamente.
  • Armando
    19 ago, 2017 10:59
    Acho muito bem que se proíba o fogo de artifício principalmente em alturas como a que estamos a viver. O foguetório não é mais que um desperdício e poluição.O dinheiro que a Associação diz que perda é o mesmo que as autarquias ganham e que podem empregar em obras úteis para as populações. Senhores autarcas acabem com os desperdícios.
  • Manuel Silva
    19 ago, 2017 Matosinhos 10:58
    Todos têm razão, até quem manda postas de pescada. O governo tem razão, porque estamos numa época propicia a incêndios e todo o cuidado é pouco, sabendo nós que até nas lojas chinesas se vendem artigos pirotécnicos, tem razão a ANEPE, porque nos meios urbanos não se verificam os mesmos perigos e não estou a ver o Santo António de Lisboa, o São João do Porto, o São Pedro da Afurada e o Senhor de Matosinhos sem o tradicional fogo de artificio.
  • António
    19 ago, 2017 Norte 09:59
    Eu vejo isto mais como uma desculpa para a incompetência do governo. As coisas boas servem para auto-promoção, as más são ou foram outros. A incompetência tem destas coisas. Eu não gosto de arraiais, dinheiro mal gasto, barulho estúpido, etc. Mas o que este governo anda a fazer é um autêntico arraial de incompetência na questão dos fogos. Todos os governantes foram uma merdaa nesta questão, ano após ano o país arde e pouco se fez. Mas não tinha visto um que não tivesse feito e gasto tão pouco na prevenção como este. Não quiseram investir por causa do défice, agora a factura não tem preço.
  • Manolo
    19 ago, 2017 Gondomar 09:01
    Mais uma medida parola de quem não percebe nada do assunto e que só serve para culpar os outros: fogo de artifício, balões de s.joão, cultivo de eucalipto. Isto existe há séculos e nunca causou estragos de maior. É realmente uma medida populista que vem estragar mais do que resolve. Mas com este ministro já estamos habituados e os cordeiros de esquerda comem.
  • Mafurra
    19 ago, 2017 Lisboa 08:54
    Estes pirómanos ou pirotécnicos como gostam de ser chamados dizem que o negócio dá emprego a centenas de pessoas. Mas não falam nos dramas ´, nas desgraças que causam a milhares de outros !
  • EU
    19 ago, 2017 QUALQUER SITIO 08:52
    Quando já não houver nada para arder as empresas de pirotcnia já podem vender foguetes e bombinhas pois já não haverá o perigo de incendios
  • Joao Oliveira
    19 ago, 2017 Dublin 08:34
    Uma vez mais, é a própria barriga que mais conta. Os empresários da picotecnia, em vez de compreender a situação excepcional que o país está a passar, procuram desacreditar uma medida que só peca por chegar tarde. Obviamente ninguém quer por en causa empregos, mas o com o caos de ordenamento de território que temos, a falta de civismo da população, a falta de limpeza das nossas matas ou mesmo um planeamento cuidado sobre o lançamento de foguetes, nao ha outro remédio senão restringir o seu lançamento. Sim, e tradição e bla bla bla, mas temos que pensar no bem estar das pessoas... tudo o que puder ser feito para evitar casas, património e meamo vidas perdidas pelas chamas, já vale a pena.

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