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Queda de aeronave na Caparica. “Houve um estrondo enorme e ouvi crianças a gritar”

02 ago, 2017 - 19:40

Testemunha do acidente, que trabalha na área aviação, diz que a aeronave não seguia numa “trajectória normal”.

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Queda de aeronave na Caparica. “Houve um estrondo enorme e ouvi crianças a gritar”

João olhou para o céu e viu uma aeronave a voar baixo. Pareceu-lhe que a trajectória não era a mais correcta e poucos segundos depois teve a confirmação de que algo de muito errado estava a acontecer. “Houve um estrondo enorme e ouvi crianças e pessoas a gritar. Um nadador salvador começou a apitar”, relata uma testemunha do acidente na Costa de Caparica que, na tarde desta quarta-feira, vitimou um homem de 56 anos e uma menina de oito anos.

João Palma da Costa, que trabalha numa companhia de aviação, relata à Renascença que se apercebeu de “a aeronave a guinar para o lado esquerdo”.

A aeronave que aterrou de emergência é um Cessna 152 de dois lugares, que pertence ao aeroclube de Torres Vedras, e que estava emprestado pela escola de aviação de Cascais.

Palma da Costa estava sentado num café nas imediações da praia em que ocorreu o incidente e relata que "havia muito vento". Quando se levantou a aeronave já estava no areal. “A asa esquerda estava partida e já estava a perder combustível”, relata.

A testemunha diz que as autoridades chegaram de imediato, e garante que os dois tripulantes saíram pelo próprio pé sem qualquer ferimento.

"Pareciam acrobacias"

Outra testemunha, Maria Vasconcelos, estava no areal na altura em que a pequena aeronave perdeu altitude. Tinha um grupo de menores à sua guarda.

“Estava com crianças com idades entre os seis e os 13 anos e eu estava a beira-mar a vigiá-los e vi uma avioneta a voar baixo”, recorda.

“Até os chamei para eles verem, porque achei que era alguma acrobacia. Foram segundos entre isto e o que se passou a seguir”, acrescenta.

A testemunha fala de “algo absolutamente dramático”. “A avioneta passou 20 metros atrás de mim e vi as pessoas a correr à beira mar e também vi o senhor a ser atropelado”, explica.

Maria Vasconcelos garante que só teve tempo para tirar as crianças que tinha à sua guarda da água. “Foi tudo tão rápido que houve pessoas que conseguiram fugir e outras que não”, remata.

No local estiveram 30 operacionais e 13 veículos. Os familiares das vítimas já estão a receber apoio psicológico.

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