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Tancos. Explosivos, granadas foguete anticarro e gás lacrimogénio entre o material roubado

30 jun, 2017 - 18:04 • Ana Rodrigues

Militares confirmam que o sistema de videovigilância "encontra-se inoperacional”.

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Além de granadas de mão e munições, foram roubados dos Paióis Nacionais de Tancos (PNT) explosivos, granadas foguete anticarro, granadas de mão de gás lacrimogéneo e material diverso de sapadores como bobines de arame, disparadores e iniciadores, avança o Exército.

Num comunicado divulgado esta sexta-feira à tarde, o Exército explica que não revela as quantidades exactas “para não prejudicar as investigações em curso”.

A Renascença sabe que 44 lança-granadas foram roubados das instalações militares dos Paióis Nacionais de Tancos. Desapareceram ainda 120 granadas ofensivas, 1.500 munições, além dos explosivos e de outros materiais.

Os trabalhos de contagem do material de guerra roubado, sublinha o comunicado agora divulgado, “foram elaborados pelo Exército na presença da Polícia Judiciária Militar (PJM), sendo, portanto, do conhecimento das autoridades competentes e da tutela”.

Videovigilância sem funcionar

O Exército adianta que “o sistema de videovigilância, cuja cobertura é apenas parcial para uma área do PNT onde estariam os materiais mais relevantes, encontra-se inoperacional”.

A Lei de Programação Militar “previa a disponibilização de verbas em 2018” para instalação de vigilância e controlo de acessos electrónico nos Paióis Nacionais de Tancos, refere o comunicado.

A mesma nota explica que os paióis são protegidos por “dois perímetros de rede (exterior e interior), ininterruptos e iluminados”.

“Considerando as necessidades de renovação causadas pelos anos da rede exterior, o Exército tinha já iniciado os procedimentos legais para a adjudicação da obra, de forma faseada e com verbas da Lei de Programação Militar”, sublinha o Exército.

A renovação de uma parte do perímetro “decorreu no primeiro semestre deste ano, encontrando-se já concluída”.

A adjudicação do restante perímetro foi solicitada pelo Exército, a 8 de Março deste ano, e o ministro da Defesa deu luz verde, a 5 de Junho. O despacho foi publicado esta sexta-feira em Diário da República , refere o comunicado.

Segurança foi descurada

A segurança nos Paióis Nacionais de Tancos, de onde foi roubado material de guerra, foi sendo descurada nos últimos anos, dizem fontes militares à Renascença. O motivo apontado são razões financeiras, na sequência de sucessivos cortes nas forças armadas.

Não havia videovigilância e a vedação não era suficientemente resistente, referem as fontes militares.

A Polícia Judiciária e a Policia Judiciária Militar ainda estão a investigar o roubo.

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  • ze nana
    01 jul, 2017 canada 13:34
    No tempo do Salazar nao acontecia o que acontece hoje realmente o nosso pais esta asaco
  • Antonio Leonel Costa
    01 jul, 2017 Belas 13:30
    Isto não é nada é só fumaça e nada mais. Trata-se de armas obsoletas sem qualquer préstimo a não ser para ataques terroristas e em pequena escala. Lança-granadas e granadas para as mesmas já não se usam e se são espanholas como pensam que são dificilmente disparam, depois granadas de mão ofensivas só para fazer barulho e as defensivas das do tipo que estão nas fotografias também não tem grande prestimo. Cordão detonante nem para assalto a Caixas Multibanco servem pois hoje usa-se botijas de gás que servem melhor. Acabará por se saber quem desviou este material militar e para onde mas certamente não para ser utilizado em Portugal talvez como alguém disse para os africanos se entreterem nos seus Países. Isto só serve para Banzé. Fala-se na falta de vigilância electrónica e então não havia guarda ao paiol por pessoas (turno de soldados)? de dia e de noite? E o que é que a vigilância electrónica fazia? Nada pois até podia ser desligada para se fazer o assalto. Agora o material teve de ser carregado e transportado porque carro e por quem?. Vamos lá dizer o que aconteceu e quem no quartel de Tancos está implicado no roubo e para onde levou as armas.Tão simples.
  • José António
    01 jul, 2017 Rio 13:22
    Esse comamdante já devia de estar preso. Se essas armas vierem a matar pessoas quem vão ser os responsáveis.
  • Valente
    01 jul, 2017 Maia 13:14
    Fui miliciano em Tancos durante o ano de 1985. Fiz muitas guardas aos paiois, mas estas eram físicas...Era um grupo de soldados da Polícia de cada unidade do Polígono que se revezava para o fazer, desde Engenharia, Paraquedistas e Força Aérea. Não me lembro de qualquer tipo de intrusão, pois para esse efeito as munições que usávamos eram reais. A vídeo vigilância alerta para o que está a decorrer, mas não actua. Esperemos que para salvaguarda Nacional estes engenhos sejam rapidamente recuperados.
  • jose a
    01 jul, 2017 Rio 13:13
    Quando eu fui tropa, qualquer tipo de arma munição, a primeira pessoa a ir presa para o forte de Elvas, era aquele que deixou roubar, por não ter zelado pelo patrimônio do Estado. Quem foi preso???? Este assunto é muito grave!!! Vamos ver o que vai dar.
  • Miguel
    01 jul, 2017 lIsboa 12:51
    Tenho o direito de duvidar de todos e de tudo.Quem abriu a porta do arsenal ? Quem recebeu dinheiro ? Porque razão os Generais não se demitem? Quantas portas vão ser abertas para se roubarem mais armas? Continuamos a entregar a guarda do material de guerra a quem não o sabe guardar? Será que é preciso roubarem 3 ou 4 Chamites e mais uns carros de combate para se perceber que algo vai mal no Exercito Português e que essa gente,esses generais não oferecem confiança?
  • Nuno S
    01 jul, 2017 Silves 12:29
    Se era do conhecimento que ha 2 anos não havia sistema de video-vigilancia e a vedação estava danificada, o que fez o comandante da unidade e seus superiores hierárquicos para garantirem ainda assim a segurança do armamento? Já não se usa colocar soldados a vigiar? Ah poix é, merecem continuar a ocupar o cargo de forma irresponsável! Só nos resta pedir aos santos que estas armas não venham a ser utilizadas em atentados terroristas...
  • Paulo brito
    01 jul, 2017 Espinho 11:55
    Fui militar em 1986 no Regimento de Engenharia de Espinho não era tropa especial. Não havia equipamento de segurança como hoje no entanto era impossível alguém sair do quartel com uma G3 sem autorização . Isto é crime
  • silva
    01 jul, 2017 coimbra 11:19
    Admiro-me bastante que com tantos generais esteja tudo a saque....para quem andou na guerra colonial é de facto uma tristeza e mais uma indignidade ... a seguir à guerra dos fogos é o perfeito país...porém...não se deve criticar porque os patriotas das tetas não gostam.
  • Mafurra
    01 jul, 2017 Lisboa 10:35
    Antes de haver vídeo-vigilância já havia paióis para guardar. Se um paiol de Napoleão fosse roubado, os responsáveis por ele eram enforcados no mesmo dia. Agora só sabemos "trabalhar" com vídeo-vigilância. Que tristeza ! ! ! PS : Entreguem a guarda dos paióis a uma empresa de segurança. Sempre é mais seguro.

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