Prioridade é ajudar as famílias a recompor a vida, diz Costa

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O primeiro-ministro, António Costa, chegou na tarde deste domingo ao teatro das operações em Pedrógão Grande, dizendo aos jornalistas presentes que a prioridade actual não é perceber o que se passou mas sim ajudar as famílias, encontrar guarida para os desalojados e depois, com tempo, ajudar os sobreviventes a recomporem as suas vidas.

Este é um trabalho que o Governo fará em colaboração com os autarcas locais, diz o primeiro-ministro. "É isso que venho aqui fazer, para começar a dar a resposta às populações em termos de alojamento de emergência, em termos de assegurar rendimento, restabelecimento das produções e infraestruturas".

“Certamente chegará o momento de apurar o que aconteceu – algo que nunca tinha acontecido e de uma dimensão absolutamente trágica”, disse Costa, sublinhando que já se esperava que o dia de sábado fosse complicado a nível de incêndios. “Houve mais de 150 incêndios, que foram combatidos, este teve uma dimensão de tragédia humana de que não temos memória. Algo se passou, temos de esperar que técnicos apurem.”

O primeiro-ministro deixa no ar a preocupação de que o número de vítimas, que pelas 13h00 foi revisto para 62 mortos e 54 feridos, pode ainda aumentar mais. “Temos agora de proceder à identificação das vítimas, não só as encontradas, como as que porventura ainda iremos encontrar, porque há locais a que ainda não tivemos acesso e onde podemos vir a encontrar mais vítimas.”

Depois, diz Costa, há que prevenir, uma vez que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera indica que esta tarde poderá haver condições idênticas às que no sábado potenciaram o incêndio, incluindo a ocorrência de trovoada seca.

Por fim, António Costa referiu-se à onda de solidariedade que tem recebido de vários líderes internacionais e disse que já falou pessoalmente com todos os líderes partidários em Portugal. "Quero sublinhar o grande sentido de unidade nacional com que o país está a enfrentar esta tragédia, de que não temos felizmente memória e para a qual temos de estar à altura de saber responder", disse.