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Caso Maddie. McCann recorrem à justiça europeia contra ex-inspector da PJ

30 abr, 2017 - 15:41

Gonçalo Amaral foi condenado a pagar 500 mil euros aos pais de Maddie por danos causados com afirmações no livro "Maddie: A Verdade da Mentira". Criança britânica desapareceu em 2007, no Algarve.

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Gerry e Kate McCann, pais de Madeleine, vão recorrer para as instâncias europeias contra a decisão da justiça portuguesa de revogar a sentença que obrigava o ex-inspector da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral a pagar 500 mil euros ao casal.

"Vamos recorrer. Ainda não entregámos o recurso, mas vamos para os tribunais europeus", afirmou o pai da criança numa entrevista à BBC, a única que o casal concedeu a propósito do 10.º aniversário do desaparecimento da filha, Maddie, e cuja reprodução foi autorizada para outros órgãos de comunicação social.

Gerry McCann lembra que este processo foi iniciado há oito anos, quando o casal sentiu que o livro e subsequente documentário, que sugere o possível envolvimento dos pais numa morte acidental da filha, estava a prejudicar a campanha para encontrar Madeleine.

"Eu penso que é tudo inconcebível. Tem sido muito perturbador e causou muita frustração e raiva, o que é um sentimento muito negativo, e penso que precisamos de canalizar isso. Ainda tenho esperança que no fim a justiça prevaleça e tudo acabe bem", afirma, por seu lado, a mãe, Kate McCann.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) confirmou, a 31 Janeiro, a decisão da Relação em revogar o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros por Gonçalo Amaral aos pais da criança, desaparecida em 2007 no Algarve, por danos causados com a publicação do livro intitulado "Maddie: A Verdade da Mentira".

O conflito com o antigo inspector da PJ, que foi o responsável inicial pela investigação ao desaparecimento da criança, tem alimentado muitos comentários negativos na Internet, sobretudo nas redes sociais, o que faz com que o casal evite usar essas plataformas.

A principal preocupação, confessou Kate, são os outros dois filhos, que actualmente têm 12 anos, pelo que o casal tem tentado impedir que as crianças usem as redes sociais, como os jovens da idade deles.

"Temos sido o mais abertos possível com eles. Contámos-lhes sobre as coisas e que pessoas escrevem coisas que são simplesmente mentira e que eles precisam de ter consciência disso. Ainda não chegaram a uma idade em que estão na Internet e outros sítios, mas estão a chegar a essa fase. Estão em grupos fechados com os seus amigos, etc, e isso é importante", comentou.

Durante a entrevista, o casal McCann louva o "apoio fantástico" recebido ao longo de dez anos, mesmo que sejam os comentários negativos que muitas vezes tenham destaque.

"A nossa experiência principal foi a bondade das pessoas e o apoio que tivemos ao longo de dez anos e isso não diminuiu neste tempo todo", garante Kate McCann.

Madeleine McCann desapareceu a 3 de Maio de 2007, poucos dias antes de fazer quatro anos, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico, na Praia da Luz, no Algarve.

Reveja aqui os principais momentos do "caso Maddie"

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