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Actores, políticos, locutores e jornalistas. E os ouvintes, connosco, no Dia Mundial da Rádio

13 fev, 2017 - 20:24 • Marta Grosso

Por ocasião do Dia Mundial da Rádio, o Grupo Renascença Multimédia abriu esta segunda-feira as portas das suas instalações aos ouvintes da Renascença, RFM, Mega Hits e Rádio Sim.

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Casa nova, casa cheia no Open Day Renascença
Casa nova, casa cheia no Open Day Renascença

Para celebrar o Dia Mundial da Rádio de forma especial, o Grupo Renascença Multimédia abriu esta segunda-feira as portas das suas novas instalações aos ouvintes da Renascença, RFM, Mega Hits e Rádio Sim. Centenas de pessoas, entre anónimos e figuras públicas dos mais variados sectores, aceitaram o convite. Passaram pela Quinta do Bom Pastor, em Lisboa, e deixaram o seu testemunho sobre o que a rádio representa na sua vida.

Simon Frankel, encenador do musical "Sonho de Uma Noite de Verão", 34 anos

O dia hoje foi fantástico, eu nunca tinha ido à rádio, a nenhuma. E vir aqui e ver os corredores cheios de pessoas que vêm visitar os estúdios, conhecer o Paulino Coelho, para mim é um privilégio enorme. Gosto muito de ouvir o Paulino Coelho. É a voz, é a presença, é a boa disposição, sempre, os convidados interessantes que às vezes tem também. Normalmente, quando estou no trânsito, vou fazendo "zapping" nas rádios e vou ficando sempre naquelas que me chamam mais a atenção. Muitas vezes é a Rádio Renascença.

Profissionalmente, o "Sonho de Uma Noite de Verão" é a primeira peça que enceno. Foi um desafio que me foi feito, e é de uma dimensão enorme para uma pessoa. Eu sou actor de formação e nunca tinha tido a oportunidade de encenar um espectáculo profissional com esta dimensão. São 56 intervenientes, muita gente envolvida, gestão de egos e essas coisas todas. O apoio da Renascença tem sido incrível, tem passado muitas vezes o anúncio ao espectáculo e tem sido uma experiência alucinante. Ainda estou a digerir toda esta montanha russa de emoções e acontecimentos. Depois quando isto acabar no dia 19 vou ter tempo de reflectir e pensar sobre a importância de tudo isto.


Irmã Teresa, dominicana de Santa Catarina de Sena, 80 anos

Sou religiosa, sou professora e dava aulas no Colégio do Ramalhão. Gosto de rádio, mais do que de televisão, e gostava de ver como é que funciona a rádio que ouço todos os dias. Habitualmente, gosto de ouvir a música do meu tempo, que já sou um bocadinho idosa! Gosto de ouvir sobretudo a Rádio Sim, mas também ouço a Renascença nos intervalos. Habitualmente não ouço o terço porque nós rezamos o terço lá em casa. Acho que tem programas muito interessantes e, de uma maneira geral, tem locutores muito bons, que fazem simultaneamente um programa interessante e animado. Gosto que a Renascença tenha notícias mais positivas do que negativas, o que habitualmente não acontece nas outras rádios. Até gostava de ficar mais tempo, simplesmente não consigo porque tenho uma pessoa à minha espera.



José Carlos Silva, jornalista da Renascença, 46 anos, autor da reportagem "O Bairro da Rádio"

Trabalho na Renascença desde 1991, vim para cá quase ainda de cueiros, muito novo. A situação que mais me marcou - acredito que um dia vai constar nos livros de História - foi o bloqueio da Ponte 25 de Abril [em 1994], onde entrei muito cedo, por volta das seis da manhã, e de onde saí muito tarde. Eu e a Filomena Barros a trabalhar quase 24 horas, com pedras a caírem por cima, com um protesto violentíssimo, com um helicóptero que aterra na praça das portagens de onde sai o ministro da Administração Interna, foi eventualmente o dia mais marcante da minha vida. Depois tive outras reportagens em situações de crise humanitária que me marcaram pela positiva. Temos muitas vezes que nos colocar em situações mais complicadas e dizer que o pouco que temos vale a pena, porque há sempre quem esteja em situações piores que a nossa. É mesmo verdade que quem corre por gosto não cansa. Vivo isto com uma intensidade brutal, se calhar exagerada, mas é isso que me faz viver, são as minhas seis, sete horas de trabalho que me arrasam, mas são vividas a 100%.

A nossa rádio, a casa das várias rádios do Grupo Renascença Multimédia, está instalada aqui na Quinta do Bom Pastor e é a partir daqui que saímos para o exterior para falar com as pessoas, os potenciais ouvintes e vizinhos também, para tentar perceber o que é que eles conhecem da nossa história e até que ponto este espaço acabou por mudar a vida deles. Afinal de contas somos mais de 200 funcionários, e isso acaba por trazer algum benefício à zona da Buraca. É curioso falar em Buraca porque os nossos ouvintes frisam muito claramente que a Renascença não está em Benfica, está na Buraca. E é um ponto de orgulho. Nesta reportagem que fizemos aqui no bairro, um dos pontos que foi frisado foi justamente este: antigamente havia grandes empresas instaladas aqui perto, mas acabaram por sair ou por falir, e entretanto veio para aqui a Renascença. A restauração ganhou imenso porque acaba por ter clientes fixos todos os dias da semana.

Há um benefício claro no local onde estamos, comparando com o Chiado. O sítio é muito mais agradável para ser visitado, não só na sua envolvente exterior mas também o próprio edifício, com tecnologias de ponta que estão muito visíveis; os computadores; as pessoas aqui conseguem perceber melhor o trabalho que nós fazemos no nosso dia a dia, do que se calhar na Renascença no Chiado onde estava tudo muito compactado, muito aglomerado num espaço mais antigo. Já o público é muito o mesmo. O nosso produto está a ser cada vez mais diversificado, há uma aposta muito clara na internet, nos sistemas multimédia, e também na rádio. Acredito pessoalmente que o público não muda de um dia para o outro, e esta mudança pode levar uma década, mas estamos a atrair cada vez público mais jovem para as nossas rádios e a segmentação entre as quatro rádios funciona bastante bem.



Maria Alcina Madureira de Sousa, 75 anos, modista reformada

Eu tinha uma casa de confecção, era modista. Mas eu não era de cá, era do Porto. Vim viver para cá há 30 anos, mais ou menos. Moro aqui mesmo à beira. Como era a Renascença e depois a Rádio Sim, sempre adorei esta rádio porque tem boas informações, tem boa música, e a gente está sempre actualizada durante o dia inteiro. Acho que há muita gente que ouve esta rádio. Comecei a ouvir com o António Sala e a Olga Cardoso. Todas as músicas que vocês transmitem, eu adoro. Tenho um recantozinho onde estou sempre constantemente a ouvir. Toco cavaquinho. Trabalho e ouço a rádio. Qualquer música para mim é música, como também percebo um bocadinho disto... Faço parte de cantos corais de músicas tradicionais, canto também na missa. Assim de repente... canto esta: “A minha saia velhinha toda rotinha de andar a bailar/ Agora tenho uma nova, feita na moda para estrear/ Ai, não olhes para mim, ai não olhes tanto/ Ai não olhes para mim, que eu não sou o teu encanto"!



António Sala, comunicador, antigo locutor da Renascença, 68 anos

Do estúdio de rádio saem tantas emoções, sai tanta coisa que entra dentro das pessoas, que marca as pessoas, que marca os países. Há revoluções – aliás, a história deste grupo, nomeadamente a estação Renascença, foi de facto a rádio mais recente, nas últimas décadas, que movimentou e mudou o nosso país. A revolução foi feita com senhas a partir da rádio.

Os estúdios são uma coisa viva e são a ligação a pessoas que nós não vemos, mas que nos ouvem. Sentem a influência do nosso trabalho nas coisas mais simples, quer seja às vezes numa canção como aquela que vocês passaram na Rádio Sim (“Perdidamente”, de Luís Represas) e que nós não sabemos o significado, para além da arte de ela ser bonita. Tem um bonito poema, uma bela música e uma óptima interpretação. Mas, depois, o que é que isso tem a ver com a vida das pessoas e em que é que a rádio funciona? Não sei, não faço ideia, mas deve haver histórias incríveis de pessoas que ouviram pela primeira vez essa canção na rádio; de jovens que trocaram o seu primeiro beijo ao som dessa canção, de emoções que se viveram, de cumplicidades que se repartiram; a rádio tem tudo isto. É uma caixinha misteriosa fantástica.

Hoje já não é só caixinha, hoje está no telemóvel. Estamos nestas coisas todas, mas não deixa de ser rádio. Quanto à televisão, isto é um paradoxo, mas é assim. Enquanto na rádio temos o controlo absoluto - quando se quer falar muito a sério, ou fazer uma pausa, ou quando querem tirar o tapete debaixo da voz, dizem: “Agora é importante o que eu vou dizer”. As pausas valem, e na rádio o ouvinte é tocado de uma forma directa. Em televisão posso tentar fazer isso tudo mas é muito mais complicado.

Imagine que estou num programa e quero dizer uma coisa que é extremamente importante, e digo: “Agora atenção que vou dizer uma coisa muito séria”. E fixo o olhar na câmara, mas o realizador não está lá, e de repente dá a imagem de uma menina que tem uma pernoca gira ou qualquer coisa assim; é muito difícil que o espectador beba da mesma forma a mensagem e importância daquilo que eu tinha para dizer.

Em rádio somos nós que realizamos isso e fazemos as coisas diante a alegria, a tristeza, a importância, a festividade, ou a emocionalidade que queremos dar às coisas. Na rádio tudo fala, até os silêncios. Aliás, é feita de muito pouca coisa, é feita de palavra, de sons, sejam eles música, ruídos, sejam os próprios silêncios.

É essa caixa mágica de tudo isso. A rádio vendeu a minha alma, as pessoas conhecem a minha forma de ser, os defeitos, qualidades, como é que reajo às coisas. O ser que há em mim, as pessoas conheceram-me através da rádio. E a televisão vendeu a minha cara. Apenas deu imagem a isso.



Catarina Pereira, 22 anos

Vim por curiosidade. É a rádio que nos acompanha diariamente, porque não visitar as instalações? Ouço a Renascença, por obra da minha mãe, e a Mega Hits, pela companhia dos locutores. Basicamente, desde que nasci que ouço. Lembro-me de chegar atrasada à escola por ouvir rádio!

Rui Dias, professor da Escola Nova Apostólica, 38 anos

Costumo ouvir rádio, sobretudo a Renascença, para as notícias e o trânsito, e por vezes a RFM. É muito interessante ver como funciona a rádio, porque só ouvimos, não temos o contacto visual. Associamos pela primeira vez a voz do comunicador com a face da pessoa. Às vezes, porque têm uma dicção mais fluente, parecem pessoas com mais idade do que a que apresentam. Adoro rádio, adoro música e sempre que posso estou a ouvir.

Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, 67 anos

Eu tenho uma ligação muito antiga e muito forte à rádio como ouvinte, de alguém que trabalhava na rádio, e como produtor de rádio. Alguns desses fenómenos passaram pela Rádio Renascença, nomeadamente o trabalho que o meu pai desenvolveu durante muito tempo na 23ª Hora, que era um grande programa da Renascença em que ele e o seu camarada de rádio e televisão Santos Fernando escreviam e liam os chamados "Homens da Meia-Noite". Depois tive um programa de rádio, que é uma coisa que pouca gente sabe, quando tinha 17, 18 anos, de 1967 até 1969 no FM no Rádio Clube Português, em que me levantava às sete da manhã para ir escrever textos para introduzir músicas, primeiro em anglo-americano e depois só música portuguesa. Depois a censura acabou com o programa, porque evidentemente nós não passávamos os testes pela censura. Portanto, acabaram com a brincadeira.

Hoje em dia acho que se está sempre a inventar coisas novas; a internet é uma base, e depois dentro da internet aparecem todos os dias produtos novos e que fazem baixar o preço da comunicação, o que é muito bom. As pessoas poderem ver-se umas às outras, estarem a milhares de quilómetros, e isso não custar praticamente nada, isso é uma dádiva.

Eu sou uma pessoa que tem uma relação um bocadinho ambivalente com as redes sociais, porque gosto de saber aquilo que se passa mas não estou no Facebook nem noutros instrumentos. Gosto pouco da possibilidade do anonimato e do tipo de ataque muitas vezes pessoal, de intriga e calúnia que atravessa esse tipo de redes, mas faço o possível para saber o que se passa. Como tudo na vida, tem grandes potencialidades e grandes perigos, depende das pessoas e de como utilizam as coisas.

É bom é que haja a capacidade das pessoas para não estragarem esses instrumentos que são tão positivos e que podem ser utilizados de uma maneira boa, a favor da paz, a favor dos direitos humanos, a favor da democracia. Esperemos que possa acontecer assim, mas a minha qualidade principal não é ser optimista.

Paula Calado, estudante de comunicação, 18 anos

Vim ver o espaço e como é que funciona. Costumo ouvir a RFM. Não conheço os nomes, mas gosto de os ouvir. Ouço sempre de manhã no carro, a ir para a escola com os pais.

Carla Rocha, locutora da Manhã da Renascença, 43 anos

Lembro-me de estar na casa da minha avó, num monte do interior do Algarve, onde a luz eléctrica nunca mais chegava. Não havia frigorífico, não havia televisão e o único aparelho que tinha era um rádio a pilhas e um candeeiro a petróleo. Todos os dias ouvíamos a Renascença, religiosamente, das oito da noite até às dez, e depois ia deitar-me. Eu tenho memórias desse tempo com imagens. Consigo ver a rádio que ouvia – é aquela imaginação que a rádio nos potencia.

Hoje, quando abro o microfone, sinto-me a falar com uma pessoa. Não sei explicar, mas nunca penso numa multidão. Penso numa pessoa do outro lado a ouvir e é com ela que estou a tentar estabelecer ligação.

Não temos a noção da quantidade de pessoas que estão por trás disto, de como tudo se faz e como tudo se processa. Mas quando temos a sorte de fazer disto profissão e começar a trabalhar com figuras que nós idolatrávamos – comigo aconteceu, idolatrava o João Chaves, a Elisabete Caixeiro, o José Coimbra – são pessoas que estão ali prontas para trabalhar contigo e isso é fabuloso.

A manhã é sempre muito movimentada, mas hoje a alteração foram os ouvintes, que iam passando, alguns entrando na cabine. É sempre dinâmico, é sempre uma festa e um momento onde as pessoas se actualizam. A Aurea cantou ao vivo, o Bruno Ferreira, humorista e actor e imitador, teve uma participação muito gira. Ele faz vozes de pessoas conhecidas da sociedade portuguesa: Marcelo Rebelo de Sousa, Pinto da Costa, José Sócrates, Pedro Passos Coelho – pôs todas essas pessoas que há dentro dele a falar. Vieram cá todos ao Open Day.

Tomás Almeida, estudante na Escola São Cristóvão, em Benfica, 8 anos

Pois é, por acaso até é perto! Conhecia o José Raposo do "Amor Maior", porque eu vejo. A minha mãe deixa. O meu preferido por acaso não é ele, é o "Manel". O José Raposo está cá a fazer uma entrevista, mais ou menos. Até agora o que gostei mais de ver foi ele, porque nunca o tinha visto assim na rua. É bom, já vi duas pessoas da televisão assim na rua. Vou dizer aos meus pais que o vi e que vim aqui, porque não sei se o meu pai sabe!

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  • frederico
    16 fev, 2017 venezuela puerto cabello estado carabobo 10:32
    boa gosto muito de a ouvir cuando posso e a radio que me faz ser bom portugues gustava que fizecem alguma informacao de ai para venezuela eu gravava e passava aqui em um programa portugal y venezuela os sabados de 11 a 2 da tarde ou seja algo com referencia de portugal a venezuela desculpem obrigado esta e a radio (radiopuertocabello1290am.com.ve

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