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Lutar “até ao último segundo”, prometeu Soares no seu último artigo

07 jan, 2017 - 19:14

Para o antigo Presidente era necessário “inverter a marcha para o abismo com o grave empobrecimento e a crescente irrelevância internacional de Portugal”.

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Mário Soares publicou em 2015 o seu último artigo no “Diário de Notícias”, em que apelava ao voto nas legislativas no partido que fundou, o PS, deixando a promessa de “lutar por Portugal até ao último segundo de vida”.

A cinco dias das eleições, o líder histórico socialista, que morreu este sábado, pediu então aos portugueses que votassem no PS e em António Costa nas eleições de 4 de Outubro para castigar a direita do PSD e CDS, partidos que acusou de devastarem Portugal “nestes últimos quatro anos e meio”.

“É inadiável, por razões patrióticas substituí-los. Não há outro caminho”, escreveu nas páginas do jornal a 29 de Setembro, dias antes das eleições ganhas sem maioria absoluta pelo PSD e CDS e que ditaram, depois, um governo do PS com o apoio de uma maioria de esquerda – PCP, BE e Verdes.

Para o ex-Presidente, era necessário “inverter a marcha para o abismo com o grave empobrecimento e a crescente irrelevância internacional de Portugal” a que, segundo argumentou, conduziram as políticas do Governo PSD/CDS.

“Sei de experiência feita que o povo português demonstrou sempre que só é vencido quem desiste de lutar. E o povo português não desistiu”, escreveu ainda no artigo em que lembrava a sua idade, então com 90 anos, e a sua longevidade.

“Como é sabido, estou com 90 anos mas não abdico de lutar por Portugal até ao último segundo de vida. A longevidade e o meu percurso legitimam que neste momento me dirija aos meus concidadãos com um apelo”, argumentou, antes de fazer um apelo ao voto no PS de António Costa.

O “Diário de Notícias” foi apenas um dos jornais onde nos últimos anos regularmente publicou artigos, além do “El Pais”, em Espanha, escrevendo ainda textos para vários jornais na Europa.

Nestes artigos, Mário Soares abordou muitos temas, desde os problemas da globalização ao combate ao neoliberalismo, a cimeira da Terra, a estratégia antiterrorista ou a guerra do Iraque.

Os textos publicados nos jornais foram, ao longo dos anos, reunidos em vários livros como “Um Mundo Inquietante” (2003), “Em Luta por um Mundo Melhor” (2010), “Um Político Assume-se” (2011) e “Crónica de um Tempo Difícil” (2012).

Mário Soares morreu este sábado. O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.


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  • Manuel Costa
    07 jan, 2017 Agueda 19:35
    Mário Soares foi um grande democrata e os portugueses devem-lhe não termos saído de uma ditadura e entrar em outro ainda pior, o comunismo.

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