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Almaraz. Ministro não baixa os braços e quer respostas sobre depósito de resíduos nucleares

09 nov, 2016 - 12:03

A central nuclear espanhola fica a 100 quilómetros da fronteira portuguesa.

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O ministro do Ambiente garante que Portugal vai usar todos os instrumentos diplomáticos para obter respostas no caso da construção de um armazém para resíduos nucleares na central de Almaraz. Portugal pode pedir a mediação da União Europeia se Espanha não responder a uma última carta enviada pelo ministério.

“Foi escrita uma outra carta a solicitar mais elementos e ainda não obtive resposta e dentro de 15 dias”, se Espanha não responder, “insistiremos e, se houver resposta, iremos solicitar a mediação da UE porque está em causa o incumprimento” de um artigo da directiva comunitária sobre este assunto, afirmou esta terça-feira João Matos Fernandes.

O governante está a ser ouvido na comissão parlamentar conjunta das Finanças e do Ambiente, sobre o Orçamento do Estado para 2017.

O ministro do Ambiente respondia a uma questão da bancada do PSD sobre o seu silêncio acerca da Central Nuclear de Almaraz e especificamente da construção de um armazém para resíduos nucleares a 100 quilómetros da fronteira portuguesa.

Segundo as regras comunitárias, o país fronteiriço tem de pronunciar-se e João Matos Fernandes explicou que numa reunião com a ministra espanhola ficou preocupado já que “a avaliação do impacto ambiental foi há muito tempo, ocorreu ainda este Governo não era Governo, no início de Outubro de 2015”.

“Não fui eu quem se fez de morto. Portugal não foi ouvido no tempo próprio”, disse João Matos Fernandes, aludindo ao comentário do deputado do PSD que falou sobre esta questão.

A associação ambientalista Zero já considerou "inaceitável" a construção deste depósito de resíduos nucleares. Para Francisco Ferreira, esta obra é prematura e sinal do prolongamento do funcionamento da central, que deveria encerrar em 2020.

A central nuclear de Almaraz, a mais antiga de Espanha ainda em laboração, devia ter fechado em 2010.

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