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Contratos de associação

Ministro diz que vai poupar, colégios não percebem como

12 set, 2016 - 10:51

Tiago Brandão Rodrigues defende que, com o final dos contratos de associação, haverá mais dinheiro para tratar da escola pública. Em entrevista à Renascença, o ministro da Educação garante mais benefícios fiscais para as famílias.

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Leia a entrevista do ministro da Educação à Renascença:


A Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) não entende as contas do ministro da Educação e não acredita que o Governo vá conseguir poupar com o fim dos contratos de associação.

“Com o dinheiro que não se paga a estes colégios, em zonas onde não era necessário, podemos fazer mais obras, contratar os assistentes operacionais que faltam para as nossas escolas e podemos pôr na escola pública e no serviço nacional de educação a centralidade que lhe queremos colocar”, disse o ministro à Renascença.

Mas Rodrigo Queiroz e Melo, da AEEP, duvida. “O Ministério da Educação vai ser obrigado a contratar mais professores nas escolas estatais e vai gastar mais dinheiro do que estava a gastar com os contratos de associação”, começa por afirmar.

“Já é hoje público que em várias zonas do país houve despesas de centenas de milhares de euros em escolas públicas para poderem receber os alunos dos contratos de associação. O que acontece é que a rubrica ‘contratos de associação’ vai ser cortada radicalmente, mas este custo, mais do que aquilo que vai ser cortado, vai ser disfarçado nos custos correntes de todo o sistema. Por isso, quando se diz que o dinheiro poupado vai permitir outra despesa, não percebemos como, uma vez que não há poupança”, argumenta.

Na mesma entrevista à Renascença, o ministro da Educação promete, para o próximo Orçamento do Estado, mais deduções fiscais em sede de IRS com o material escolar. Sem entrar em pormenores, Tiago Brandão Rodrigues anuncia que os descontos estão a ser negociados.

Num primeiro comentário a esta promessa, ainda sem balizas, o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) defende que todas as despesas com educação deveriam ser dedutíveis.

“É isso que esperamos que venha a ser conseguido. Manuais, material de educação visual, desporto, refeições deverão ser tidas em conta na dedução de despesas para IRS”, afirma Jorge Ascensão.

A promoção do sucesso escolar é outra das prioridades enunciadas pelo ministro na entrevista que concedeu à Renascença e que pode ler aqui.

Comentários
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  • FT
    13 set, 2016 Vila Nova de Gaia 09:29
    Acho que começamos a perceber o que se pretende com a defesa da escola publica. Já foram anunciados gastos de 200 milhões para obras e à boa maneira da Parque escolar vão haver muitas derragens e lá vamos nós encher os bolsos dos mesmos. As escolas com contrato de associação têm excelentes condições para receber os alunos e não precisam de obras !!!!!!
  • Rui Pereira
    12 set, 2016 Vila Real 16:22
    Os colégios do Grupo GPS, do qual o ex-deputado do PS António Calvete é o principal acionista, são o maior beneficiário do financiamento público ao ensino particular e cooperativo: dos 140,7 milhões de euros que o Estado pagou a 79 colégios através dos contratos de associação, em 2015, os 14 colégios do Grupo GPS receberam quase 20 milhões de euros. A análise do financiamento público aos 79 colégios, revela que os colégios do Grupo GPS receberam apoios públicos anuais que variam entre 483 mil euros, no caso do Instituto Vasco da Gama (Leiria), e 3,46 milhões de euros, no caso do Colégio Miramar (Mafra).
  • Mafurra
    12 set, 2016 Lisboa 14:44
    Empresários à portuguesa. Fazer contratos com o Estado para receber subsídios. Que grandes empresários ! ! !
  • Observador
    12 set, 2016 açores 14:41
    Ó carlos costa e todos sabemos quem é o seu dono: Passos Coelho. Dê a patinha, dê...!!!
  • Professor Martelo
    12 set, 2016 Amaraleja 14:38
    Não me admitra que não percebam. São uma cambada de incompetentes que não consegue que os seus negócios (colégios) sobrevivam sem chular o estado e o povoportuguês.
  • Aluno
    12 set, 2016 Escola 13:57
    Não tenho nada contra os privados (já existem à séculos), mas quem os quiser (luxos) deve pagá-los!
  • Carlos Costa
    12 set, 2016 Santarem 13:12
    Todos sabemos quem é o ministro da educação deste governo: Mario Nogueira!!!!
  • tugatento
    12 set, 2016 amarante 12:50
    O que estes colégios querem, todos nos sabemos, é ter uma renda, mas bem choruda, e paga pelo orçamento de estado. Verba essa que sai da escola publica para ir para o privado. Outro escandalo que havia, era, quem tinha alunos no privado, via serem-lhe deduzidas em sede de IRS, as despesas com transportes e alimentação dos alunos, se andasse no publico, via ZERO. Ou seja, quem nada no publico pagava a dobrar. Tenham vergonha.
  • Joao
    12 set, 2016 Vila Real 12:49
    Alberto Martins, se a turma no público custa 40 000€, só deves estar a contar com o ordenado de 1 professor, o custo para o patrão (estado) não é apenas o que o trabalhador recebe, existem muitos custos associados, mas isso a esquerda nunca vai entender porque nunca deu trabalho a ninguém mesmo os funcionários dos sindicatos são pagos pelas entidades patronais. Este comentário não quer dizer que esteja contra o fim dos contratos de associação.
  • Daniel
    12 set, 2016 Viseu 12:29
    @ALBERTO MARTINS .. 40mil euros cada turma no público? .. Mas só pode ser a brincar ... Aliás, basta dividir isso por 14 meses.. E ver quantos professores contrata com esse valor... Depois ainda tem que pagar auxiliares, administrativos, consumíveis, manutenção das escolas, aquecimento, etc.. Etc.. Nem numa escola low cost (que são quase todas)

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