08 ago, 2016 - 10:33
José Oliveira, presidente da junta de Freguesia de Rossas, no concelho Arouca, mostra-se muito preocupando com o incêndio que lavra há quase 40 horas na Serra da Freita.
“Neste momento, a situação está muito descontrolada, estão várias populações em perigo. A população em geral está também no combate ao incêndio, nós próprios temos um pequeno kit de combate e estamos no terreno. Estamos todos a tentar combater uma situação, mas não vai ser nada fácil, porque as temperaturas estão muito altas e o vento está a ajudar que o fogo possa caminhar”, descreve à Renascença.
O presidente da Câmara de Arouca (distrito de Aveiro), José Artur Neves, teme também que a situação possa agravar-se, considerando que não estão garantidos meios para substituir os bombeiros no terreno, que estão cansados.
Durante a madrugada, adianta à agência Lusa, houve reacendimentos e os incêndios "foram proliferando de uma forma quase livre", porque os bombeiros estiveram concentrados nas zonas habitadas.
José Artur Neves confirma que “a zona é muito má”, criando muita dificuldade “em acabar com o número de focos de incêndio activos". O autarca adianta que, até ao momento não houve casas atingidas, mas “houve, de facto, palheiros atingidos e currais".
"Tudo isto se passa no sopé da Serra da Freita, onde temos muitas aldeias serranas com muito gado e a grande preocupação agora é mesmo onde é que eles têm o pasto para os seus animais", adianta.
O fogo deflagrou cerca das 19h00 de sábado, na freguesia de Rossas, e desenvolve-se agora em sete frentes. Está a ser combatido, de acordo com a página da internet da Autoridade Nacional de Protecção Civil, por cerca de 250 operacionais, auxiliados por 82 meios terrestres.
Mais de 20 meios aéreos em acção
São já 22 os meios aéreos envolvidos no combate aos incêndios que atingem, em especial, o Centro e o Norte do país. As maiores atenções concentram-se no distrito de Aveiro, com frentes de fogo em Arouca e Vale de Cambra, havendo também registo de incêndio no concelho de Águeda.
Só neste distrito, estão nove meios aéreos a dar apoio aos cerca de 500 operacionais no terreno.
O fogo progride de Arouca para Vale de Cambra.
Os números oficiais impressionam: 92 incêndios, mais de 2.100 operacionais no terreno.
Durante a madrugada, foi activado o Plano Distrital de Emergência no Porto, o distrito com mais fogos activos, ainda que não os mais preocupantes.
São precisos reforços de bombeiros e as autoridades pedem aos moradores do distrito que restrinjam as deslocações ao estritamente necessário, de modo a desimpedir as estradas.