04 jul, 2016 - 09:05 • Henrique Cunha
O primeiro-ministro, António Costa, preside esta segunda-feira, em Alverca, à apresentação da mais recente aeronave militar da brasileira Embraer, com forte participação da engenharia aeronáutica nacional.
O ministro da Economia também vai estar presente e, em entrevista à Renascença, diz ser um dia de afirmação das capacidades do país.
“É um dia histórico no sentido em que, pela primeira vez, há uma aeronave concebida e implementada em Portugal, concebida por centros tecnológicos portugueses. É um dia de afirmação da engenharia portuguesa, da capacidade tecnológica do país para uma das indústrias mais desafiantes e mais exigentes que é a indústria aeronáutica”, afirma Manuel Caldeira Cabral.
O KC-390 tem três módulos da responsabilidade de um centro de engenharia e inovação português – o CEIIA, Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel.
O ministro da Economia garante que a aposta no emprego qualificado e em salários mais elevados é para manter.
“Há empresas em Portugal a trabalhar para a Embraer. Há a própria Embraer com duas fábricas. Mas há também empresas que estão no ‘cluster’ aeronáutico que estão a trabalhar para Boeing ou para a Airbus e para várias outras empresas da área da aeronáutica e até do aeroespacial. Isto é bastante interessante e cria empregos mais qualificados da concepção, do desenho e do controlo de produção”, argumenta.
“E cria também empregos operários bastante existentes com muita formação profissional, portanto, também melhor remunerados do que os empregos que tínhamos no passado”, acrescenta.
Manuel Caldeira Cabral sustenta ainda que Portugal está a responder com a sua mão-de-obra, de modo positivo, às necessidade do sector aeronáutico que, por sua vez, aposta no nosso país e cria empregos.
Uma aeronave multiusos
O presidente da empresa de engenharia aeronáutica que coordenou a parceria com a Embraer destaca as características do KC-390.
“É a maior aeronave projectada para aplicações multiusos civis: missões de socorro, de apoio, ajuda no combate a fogos florestais, mas também com aplicações militares, e por isso é concebida de forma a poder suportar variadíssimas aplicações e a mudar de aplicação num curto espaço de tempo”, afirma Jacinto Bettencourt à Renascença.
“É um cargueiro militar, mas é também um avião de abastecimento, é também um avião de entrega, de transporte de pessoas e de pára-quedistas. Neste sentido, valoriza ainda mais a participação portuguesa”, destaca.
O primeiro KC-390 da fase de produção em série deverá ser entregue à Força Aérea brasileira no início de 2018.
[Notícia corrigida às 17h49]